Navigator obtém lucro de 137 milhões de euros no 1º semestre
Apesar de um recuo de 15%, este foi o segundo melhor resultado da companhia para o período
A portuguesa The Navigator Company obteve, no primeiro semestre de 2023, um lucro de 137 milhões de euros, que representa queda de 15% frente aos 162 milhões de euros do mesmo período no ano passado, de acordo com comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Apesar do recuo, este foi o segundo melhor resultado alcançado pela empresa num primeiro semestre do ano.
Entre janeiro e junho deste ano, o volume de negócios da produtora de celulose e papel subiu para 979,5 milhões de euros, em comparação aos 1.142,1 milhões faturados na primeira metade de 2022 (-14,2%).
A empresa destacou que o foco das equipes na eficiência das operações e controle de custos, aliado à manutenção dos preços internacionais de papel e tissue, em níveis ainda historicamente elevados, permitiu alcançar um Ebitda de € 253 milhões e uma margem Ebitda de 25,8%.
No intervalo, o investimento do grupo saltou de 34,3 para 112,6 milhões de euros (62% deles na área da sustentabilidade) e a dívida líquida também cresceu, de 520,6 para 572,5 milhões de euros.
MERCADO EM CORREÇÃO
A Navigator ressalta que “depois de um ano de 2022 marcado por uma anormal escassez de oferta papeleira na Europa, sobretudo na primeira metade do ano, com consequente volume anormal de encomendas, a normalização das condições de mercado condicionou fortemente o setor no primeiro semestre de 2023”, tendo-se assistido à “continuação do processo lento de redução dos estoques acumulados em toda a cadeia de distribuição”.
Esse desequilíbrio afetou significativamente a procura em todos os segmentos de papel, à exceção do setor de tissue, no qual houve um aumento das vendas de 20%. Por outro lado, no segmento de papel de impressão, a empresa reportou um recuo de 5% nas vendas.
Com relação aos custos, a companhia diz que houve redução em gastos com logística, energia e algumas matérias-primas, “o que, aliado ao esforço de manutenção de preços e enriquecimento do mix de produto, compensou parcialmente a redução de volumes de venda de papel”.
Dessa forma, a Navigator fechou os primeiros seis meses do ano com uma “quebra acentuada dos cash costs em todos os segmentos, uma redução média de cerca de 8% nos segmentos de celulose e papel e de perto de 5% no segmento de tissue, face aos registados no último semestre de 2022”. Os custos fixos totais ficaram 1% acima dos custos fixos do período homólogo, “bem abaixo da evolução da inflação”.
O endividamento líquido ficou em 573 milhões de euros, impactado pelo desembolso associado à aquisição da Gomà-Camps Consumer no primeiro trimestre e pela distribuição de 200 milhões de dividendos no segundo trimestre.
Em nota enviada ao mercado, a The Navigator Company informou que, a partir de 1º de agosto, António Quirino Vaz Duarte Soares vai substituir João Paulo Araújo Oliveira, que renunciou ao cargo de administrador executivo e ficará na função até o final de julho.
