Navigator registra lucro de 201 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano
Até setembro de 2023, a fabricante portuguesa aumentou suas vendas de tissue em mais de 50% e duplicou seu montante de investimentos para € 142 milhões
A portuguesa The Navigator Company registou, nos primeiros nove meses do ano, um lucro líquido de 201 milhões de euros, e aumentou suas vendas de tissue em cerca de 51%, além de duplicar o montante total de investimentos para 142 milhões de euros, de acordo com comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Do aporte total realizado pela companhia de janeiro a setembro de 2023, 61% – equivalente a 86 milhões de euros –, foram classificados como investimentos ESG.
Já no terceiro trimestre do ano, a Navigator registrou, num contexto especialmente adverso, um crescimento do volume de negócios para 481 milhões de euros e o Ebitda para 124 milhões de euros.
Segundo a companhia, 2023 pode ser comparado com um ano extraordinário em que os preços atingiram níveis históricos, por um desequilíbrio sem paralelo entre oferta e procura em todos os produtos, justificado por limitações logísticas e por uma inflação de custos que tem sido controlada com sucesso, estando com os cash costs já ao nível do início de 2022. “Quando comparamos o 3º trimestre com o mesmo trimestre de 2022 verificamos uma acentuada quebra de custos em todos os segmentos, com uma redução entre 16% e 18% nos segmentos de papel e celulose e de perto de 12% no segmento de tissue”, afirmou a Navigator. “Esses fatores, aliados à estratégia comercial de diversificação de produtos e mercados, permitiram atingir, nos primeiros nove meses, um Ebitda de € 377 milhões, com uma margem Ebitda de 26%”, acrescentou.
AUMENTO NAS VENDAS DE TISSUE
O segmento de papel tissue manteve bom desempenho, com as vendas de produto acabado registrando um crescimento sustentado nos primeiros nove meses do ano. Nesse período, o volume de vendas de tissue atingiu 102 mil toneladas, um aumento de 32% na comparação com o mesmo período do ano anterior, tendo a evolução de preços levado a um crescimento do valor de vendas de cerca de 51%.
O aumento foi impulsionado pela integração da nova fábrica em Saragoça, agora denominada Navigator Tissue Ejea, desde o 2º trimestre. A integração da NVG Tissue Ejea potencializou o crescimento de vendas, a diversificação da base de clientes e ganhos relevantes em sinergias de integração.
Segundo a Navigator, o crescimento do valor de vendas de produto acabado se deu, sobretudo no canal “At Home” (varejo), impulsionado pela captação de novos clientes e reforço da posição na base de clientes pré-existente, por meio do aumento de volumes de vendas para França e Espanha.
A Navigator ressaltou que mantém uma política de preços de venda competitiva e adota uma gestão atenta e adequada dos seus custos, com margens equilibradas e mantendo seu foco na inovação e na diferenciação de produto, o que a permite reforçar sua presença junto dos clientes.
De janeiro a setembro de 2023, o endividamento líquido da Navigator ficou em 550 milhões de euros, impactado, entre outros, pelo desembolso associado à aquisição da Gomà-Camps Consumer no 1º trimestre e pela distribuição de 200 milhões de euros de dividendos no 2º trimestre.
NO CAMINHO DA DESCARBONIZAÇÃO
De acordo com o comunicado, a Navigator mais do que duplicou, até setembro de 2023, o montante total de investimentos, que atingiram 142 milhões de euros.
Entre os principais investimentos, destacam-se, em Setúbal, a nova caldeira de recuperação, de elevada eficiência – com incineração dos gases não condensáveis –, e o tratamento de águas residuais (ETAR em Setúbal). No complexo industrial da Figueira da Foz, está o novo parque de madeiras e a conversão do forno de cal para biomassa. Em Aveiro, a nova torre e prensas de lavagem, tratamento de cinzas da caldeira de recuperação, implementação de uma nova central de cogeração de elevada eficiência e a conversão do forno de cal para biomassa.
Além desses investimentos, a companhia também iniciou a construção das novas centrais fotovoltaicas em regime de autoconsumo nas plantas industriais de Figueira da Foz, Aveiro e Vila Velha de Rodão, que permitirão triplicar a capacidade instalada nas unidades, indo de 12 MW para cerca de 38 MW, contribuindo para a aceleração do plano de descarbonização do grupo.
Com esse planejamento, a Navigator pretende antecipar em três anos a sua meta intermediária de emissões diretas, prevendo alcançar já no final de 2026 os objetivos inicialmente previstos para 2029, alinhada aos seus planos de atingir a neutralidade carbônica.
A Navigator foi a primeira empresa em Portugal – e uma das primeiras do mundo – a definir o compromisso de atingir a neutralidade carbônica dos seus complexos industriais em 2035, antecipando em 15 anos as metas nacionais e europeias.