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Carrefour negocia venda de lojas do Big ao Grupo Mateus

A rede varejista deve vender 14 estabelecimentos após uma determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que o Grupo Carrefour deve vender 14 estabelecimentos do Big, que equivalem a 3,6% do montante total de lojas. Duas unidades já estão com a negociação quase finalizada, sendo a de Gravataí (RS) para a Assun Supermercados, e a de Olinda (PE) para o Grupo Mateus, que também está analisando pelo menos mais sete áreas comerciais.

A rede de atacado e varejo possui 222 empreendimentos no Brasil, sendo 90% deles localizados no Maranhão, Pará e Piauí. Os outros estabelecimentos cotados ficam na Bahia, Pernambuco e Alagoas, estados onde o grupo tem interesse em ampliar o seu atendimento.

Segundo uma fonte próxima às negociações, “eles estão negociando outras sete lojas, mas ainda não chegaram a um consenso sobre valor”. O Bradesco BBI já estaria com a documentação de venda pronta, aguardando a conclusão. A Cencosud também analisou algumas localidades.

O Carrefour informou a compra do Big em março de 2021 por R$ 7,5 bilhões, porém a aprovação aconteceu em maio deste ano pelo Cade, que declarou algumas regras na negociação, entre elas, a venda de 14 unidades das lojas Big.

Os pontos disponíveis à venda estão localizados em Gravataí (RS), Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (PE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE), Recife (PE), Santa Maria (RS) e Viamão (RS).

Estima-se que a renda gerada será superior a R$ 450 milhões, podendo chegar até R$ 600 milhões, que irão para o caixa do Carrefour. Cada instalação pode variar entre R$ 30 milhões e R$ 45 milhões.

O montante está abaixo do valor pago pelo Assaí Atacadista nos hipermercados do Extra, que valem hoje uma média de R$ 57 milhões por loja. A valorização dessas áreas é recorrente a sua localização em bairros de classes mais altas, elevando o valor por metro quadrado.

Ainda seria preciso investir um valor extra em reformas das unidades do Big, pois, com o aumento de materiais, esses serviços têm custado de 50% a 100% do valor pago pela compra da unidade.

O Assaí teria chegado a avaliar a cartela de venda, mas constatou que poderia haver uma canibalização com seus pontos em alguns locais e perderia o seu foco atual, que é concluir a conversão das lojas Extra.

Quando procuradas, nenhuma das redes quiseram dar informações adicionais sobre as negociações.

OUTRAS NEGOCIAÇÕES

Em paralelo à movimentação no Nordeste, está acontecendo no Sul a venda de quatro lojas do grupo Big no Sul, duas em Gravataí (RS), da cadeia Maxxi e Nacional, e duas da rede Maxxi, em Santa Maria (RS) e Viamão (RS).

Procurada, a empresa declarou que a negociação está sob análise do Cade, com 15 dias para recursos e que prefere não dar mais detalhes sobre a operação, pois ainda não foi concluída.

Em São Paulo, a venda das 24 lojas do Makro avança, alinhado ao plano do grupo holandês SHV de sair do Brasil. O Grupo Muffato estaria analisando a possibilidade de compra.

Fonte
Valor Econômico
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