Muffato tenta reduzir preço para finalizar compra do Makro
A rede quer expandir sua presença na capital paulista, mas, para isso, terá de entrar numa “briga de gente grande”
Em busca de ampliar sua presença em São Paulo, o Grupo Mufatto estaria negociando a compra de 24 unidades do Makro. As negociações acontecem há cerca de dois meses e, de acordo com fontes, o principal empecilho seria o preço, de cerca de R$ 2 bilhões – considerado alto pela Muffato.
Com a negociação da aquisição das unidades do Makro em São Paulo, a rede Muffato, presente em 31 cidades do Paraná e no interior paulista, pode estrear uma nova fase de sua história, expandindo em quase 30% o número de lojas no país.
A missão de conquistar a capital, no entanto, não será fácil: para Jean Paul Rebetez, especialista em varejo e sócio da GS&Consulting, a empreitada da Muffato inclui desafios que vão além de tornar a marca conhecida entre os paulistanos. Em sua visão, a rede vai entrar em uma “briga de gente grande”, que trabalha não só no atacarejo e no varejo alimentar, funcionando também como ecossistemas de negócios, com crédito, CRM e entregas de última milha – a exemplo de Carrefour e Pão de Açúcar. “É uma área desafiadora”, afirma.
Os números mostram o tamanho do desafio: o Carrefour, por exemplo, teve faturamento de R$ 81 bilhões em 2021, enquanto o Assaí faturou R$ 45 bilhões, e o GPA, R$ 29 bilhões.
Para Rebetez, o segmento de varejo alimentar resistiu ao choque econômico causado pela pandemia de Covid-19 por oferecer itens essenciais ao consumidor. Com isso, a empresa pretende se posicionar na capital paulista com pontos estratégicos: na efetivação da compra da Makro, a Muffato teria unidades nos bairros do Butantã, Interlagos, Lapa e Vila Maria.