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Diretor-geral da Klabin vê mercado doméstico ainda fraco no segundo trimestre

Segundo Cristiano Teixeira, o mercado interno ainda deve caminhar lentamente com a questão inflacionária

Para Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin, o mercado doméstico ainda deve ter uma atividade fraca no segundo trimestre, apesar de ter havido uma “leve” retomada na demanda por embalagens, por conta da sazonalidade favorável. O comércio internacional, no entanto, segue sólido, segundo o executivo.

“O mercado interno ainda deve caminhar lentamente com a questão inflacionária”, afirmou, em teleconferência com analistas. No primeiro trimestre, as vendas da companhia ao mercado brasileiro representaram 55% das 900 mil toneladas comercializadas, contra 56% no quarto trimestre e 61% no mesmo período de 2021.

Apesar dos bons resultados, Teixeira afirmou que 2022 teve um início desafiador, dentro do cenário econômico e humanitário em meio à guerra na Ucrânia e gargalos na logística global, contradizendo as previsões de recuperação pós-pandemia.

Os resultados do primeiro trimestre da companhia foram beneficiados pelos aumentos realizados nos últimos trimestres e a realocação de volumes ao mercado externo, compensando a maior pressão dos custos e o consumo mais fraco de caixas de papelão no país. Nesse contexto, a empresa também anunciou dividendos de R$ 346 milhões, elevando para R$ 1,125 bilhão o total distribuído aos acionistas nos últimos 12 meses.

Além disso, a Klabin se beneficiou por ser a única produtora de três tipos de fibra no país (curta, longa e fluff). Segundo o diretor-geral, há a possibilidade futura de expandir a produção de celulose fluff, usada em absorventes e fraldas higiênicas, como uma opção de crescimento.

REAJUSTES DE PREÇOS

Os reajustes anunciados anteriormente pela companhia já foram aplicados, de acordo com o diretor do negócio de celulose, Alexandre Nicolini. Anteriormente, era comum que a Suzano, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, liderasse o movimento de reajustes dos produtores sul-americanos, porém, nos últimos dois meses, a Klabin tomou a frente.

“Havia na companhia a visão da diferença entre o preço de revenda e o de mercado na China e que, portanto, havia espaço para novo aumento”, justificou Nicolini.

A companhia optou por abrir mãos de volume e se concentrar em preços no negócio de papelão ondulado, conforme Douglas Dalmasi, diretor de embalagens. “Não olhamos ‘market share’ pontual, nossa visão é mais de médio prazo. Tivemos desempenho inferior ao mercado em volumes, mas os preços ficaram acima da média do setor porque privilegiamos rentabilidade”, explicou Dalmasi.

No mercado de kraftliner, já é possível ver os primeiros sinais de retomada das exportações americanas, de acordo com Flávio Deganutti, o diretor do negócio de papéis. Contudo, um anúncio importante de fechamento de capacidade contribui para a manutenção da relação mais justa entre oferta e demanda global. “Não vemos nenhum grande movimento [de mudança nesse cenário] nos próximos meses”, disse Deganutti.

Fonte
Valor Econômico
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