WestRock conclui projeto de expansão de US$ 1,2 bilhão
A empresa deu início à operação da fábrica de kraftliner em Três Barras (SC), que conta com uma nova linha de celulose

A WestRock, segunda maior fabricante de embalagens de papel ondulado do mundo, iniciou recentemente a operação do projeto de expansão da fábrica de papel em Três Barras, Santa Catarina. O investimento, de US$ 1,2 bilhão, deu destaque para a operação brasileira dentro da multinacional.
O projeto compreendeu uma nova linha de celulose, ampliação das duas máquinas de papel existentes, nova caldeira de biomassa, caldeira de recuperação e a instalação do terceiro turbogerador, elevando de 50% a 85% a autossuficiência energética.
A companhia americana construiu no Brasil sua maior fábrica de caixas de papelão ondulado e, após investimentos que fortaleceram o negócio local, possui hoje a maior planta dedicada a kraftliner da América Latina. Segundo o presidente da empresa no país, Jairo Lorenzatto, a fábrica se tornou um dos ativos mais relevantes do mundo. Com esses investimentos, a empresa está preparada para atender à demanda em ascensão nos próximos anos, sempre com a estratégia de agregar valor ao produto e serviços oferecidos.
Os aportes em Três Barras chegaram a US$ 350 milhões, e as obras tiveram início com seis meses de atraso, devido à pandemia de coronavírus. A capacidade de produção subiu de 480 mil para 750 mil toneladas de kraftliner por ano, com foco em alta performance, ou seja, mais resistência e menor gramatura.
A própria WestRock converterá a maior parte desse volume em caixas de papelão ondulado na megafábrica de Porto Feliz (SP), inaugurada em 2019. O restante será exportado, principalmente para a América Latina. Neste momento, segundo o executivo, o índice de integração está em 70%.
CRESCIMENTO DA DEMANDA
A demanda de embalagens em papel tem mostrado forte recuperação no Brasil e em outros países da região, impulsionada também pela aceleração do crescimento do comércio eletrônico em virtude da pandemia.
Conforme Lorenzatto, a operação brasileira tem tido desempenho superior à média do mercado trimestre a trimestre. No final do ano fiscal de 2020, a companhia teve vendas líquidas globais de US$ 17,6 bilhões, mantendo o posto de vice-líder no mercado, atrás apenas da Klabin.
A aposta no mercado brasileiro indica o potencial do crescimento da demanda de embalagens, principalmente as de origem renovável e recicláveis. Além disso, as condições de produtividade desde a base florestal garantem competitividade à operação local.
“A estratégia de crescimento no país conjuga integração de florestas mais produtivas à fábrica de kraftliner e, então, o papel à maior fábrica de papelão do mundo”, explica Lorenzatto.
Segundo ele, os investimentos recentes também refletem a estratégia da companhia em sustentabilidade, buscando soluções e substituição do plástico e impulsionando as vendas de embalagens em papel. “É um processo de repensar a embalagem e os clientes querem evidências de que a solução é sustentável”, afirma.
A companhia já mede suas emissões de gases do efeito estufa e tem saldo positivo em sequestro de carbono no país, dentre outras iniciativas ESG. Recentemente, a fabricante lançou globalmente metas socioambientais e de governança e, no Brasil, a operação trabalha para estabelecer compromissos locais dentro da estratégia mundial.
Ainda em busca de ser mais sustentável, a multinacional está implementando um novo projeto no Brasil, o DesEnvolve, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento a região do planalto Norte de Santa Catarina e sul do Paraná. A iniciativa vai ofertar capacitação a crianças, jovens e adultos para prepará-los para o mercado de trabalho.