Suzano confirma contato com fabricante chinesa de tissue
Companhia seria uma das interessadas na compra de 51,59% da Vinda International Holding
Em fato relevante divulgado ao mercado nessa terça-feira, 8, a Suzano comentou acerca dos rumores sobre a possibilidade da compra de 51,59% da Vinda International Holdings, fabricante e distribuidora líder de papel doméstico na China que é alvo de um processo de venda.
O comentário veio a partir de questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre notícias publicadas sobre uma potencial oferta da Suzano pela Vinda.
Recentemente, a imprensa internacional publicou que entre os interessados nos ativos da Vinda estão Suzano, Bain Capital, CVC Capital Partners e DCP Capital.
“A companhia permanentemente avalia oportunidades que possam gerar valor para os seus acionistas e para o seu negócio e, nesse sentido, teve contato com informações e pessoas envolvidas com a empresa Vinda International Holdings, sem nenhum documento vinculativo ou que gere qualquer obrigação ou compromisso para a companhia”, disse a empresa, em comunicado.
No entanto, a Suzano ressaltou que não há nenhum fato ou evento a ser divulgado neste momento. “Caso venha a ser celebrado acordo ou contrato envolvendo o tema, a companhia divulgará ao mercado, nos termos da legislação aplicável”, concluiu.
A Vinda, empresa de papéis tissue listada em Hong Kong, atua nos segmentos de incontinência, absorventes femininos, produtos para bebês e de uso profissional. A companhia tem 13 bases de produção, entre as quais dez na China, principal mercado de celulose da Suzano.
A empresa tem um valor de mercado equivalente de 2,73 bilhões de dólares, segundo dados da Refinitiv.
PRESIDENTE COMENTA RUMORES
Nos bastidores da 18ª Conferência Latino-Americana da Fastmarkets Forest Products, ao ser questionado sobre uma potencial oferta pelo controle da Vinda, o presidente da Suzano, Walter Schalka, reiterou que não comentaria operações de M&A.
“O que posso dizer é que a filosofia da Suzano é de disciplina de alocação de capital e financeira”, afirmou, acrescentando que todas as transações firmadas pela companhia, incluindo a compra da Fibria, trouxeram crescimento com geração de valor.
“Estamos no meio do Projeto Cerrado, a menos de 12 meses do início de operação. Não vamos fazer nenhuma operação que coloque em risco nossa estrutura financeira”, comentou. “Tendo essas características, nós estamos sempre olhando as oportunidades de alocação de capital”.
Conforme Schalka, não está nos planos da companhia “crescer por crescer”. “Para onde crescer, somos muito agnósticos. Queremos que tenha escala e seja competitivo [o ativo]”.