Referência na produção de fraldas de marca própria, Drylock quer consolidar atuação no Brasil
De acordo com os executivos Eduardo Dallagnese e Reginaldo Vilalta, a companhia europeia tem boas perspectivas de crescimento para a América Latina, sempre pautada pelos investimentos em inovação e alta tecnologia
Com mais de 45 anos de experiência no mercado de produtos de higiene descartáveis, a Drylock Technologies tem forte presença em soluções para incontinência urinária, produzindo fraldas, absorventes e roupas íntimas descartáveis, sendo especialista na fabricação de fraldas infantis.
Utilizando-se de alta tecnologia, a Drylock foca em produzir soluções que ofereçam segurança, conforto e praticidade para bebês e adultos, resultando numa extensa gama de produtos de cuidados pessoais que disponibilizam diferentes performances para atender às necessidades de todos os usuários.
Em entrevista ao Portal Tissue Online, Eduardo Dallagnese, diretor de Marketing e Vendas, e Reginaldo Vilalta, gerente de Marketing & Trade Marketing da Drylock Technologies Brasil, falaram sobre as atividades da companhia no país, seus produtos e inovações, atuação em marca própria, além de compartilhar suas perspectivas do mercado brasileiro de personal care. Confira!
A EMPRESA, INVESTIMENTOS E AQUISIÇÕES
A companhia tem presença no Brasil desde 2018, quando, visando à expansão de sua presença no mercado, adquiriu duas fábricas no estado de São Paulo – a Capricho, de Capivari, e a e Mardam, em Poá. Com atuação global, tem sede na Bélgica e plantas em países como Itália, Estados Unidos, República Tcheca, Espanha e Rússia. A América Latina ainda é um mercado a ser explorado, com perspectivas positivas de crescimento.
“Desde que houve as aquisições no Brasil, a Drylock seguiu atuando com essas duas frentes separadas e parte do projeto de expansão é fincar efetivamente a bandeira Drylock Brasil. Nós vamos botar no mapa uma indústria que talvez ainda não seja tão conhecida. Esse é o objetivo institucional também da empresa”, comenta Reginaldo.
De acordo com o executivo, as aquisições viabilizaram o desenvolvimento de novas tecnologias, pois, até então, tratava-se de duas empresas familiares e, sem os investimentos feitos em maquinário e inovações, por exemplo, não seria possível sobreviver às adversidades do mercado.
“Tem vindo da Europa conhecimento em pesquisa de mercado, pesquisa de produto, de inovação, principalmente, e isso nos ajuda muito a atuar aqui no Brasil. Hoje, nós temos um time de desenvolvimento formado por pessoas com décadas de experiência. Embora a Drylock tenha pouco tempo de mercado, são pessoas extremamente seniores no desenvolvimento de produto. Com isso, aqui no Brasil, nós ganhamos velocidade, pois conseguimos antecipar muita coisa que já é realidade na Europa e que em alguns anos vai chegar no Brasil também”, afirma Vilalta.
“Acho que a Drylock precisava botar o pé no mercado brasileiro, com alguma capacidade fabril. Então esse foi o fator motivacional decisivo para ir adquirindo capacidade fabril e para então inovar e ir inserindo tecnologia”, completa Eduardo.
Os executivos ressaltam que, mesmo sendo relativamente nova, anualmente, a companhia realiza investimentos no Brasil – seja em maquinário, tecnologias ou lançamento de novos produtos, com foco no mercado de fraldas. “É importante lembrar que nós somos na essência ‘fraldeiros’ e o proprietário atual do nosso negócio [Bart van Malderen] participou da fundação da Ontex”, diz Dallagnese.
Para a Drylock, o Brasil funciona como uma espécie de medidor de crescimento. “O Brasil é o ‘hub’ da América Latina, onde nós não estamos tão bem capilarizados ainda. Temos alguns negócios já, a partir do Brasil, então daqui saem as negociações pra América Latina. Mas tem um aporte significativo de investimento da Drylock para a operação brasileira no nosso budget de curto prazo. Nós vemos o Brasil como uma mola de crescimento que vai nos impulsionar como companhia”, acrescenta Reginaldo.
TECNOLOGIA TUBOS MÁGICOS
Comprovando seu DNA inovador, a Drylock tem investido cada vez em tecnologia de ponta no Brasil. Prova disso é que, no país, a empresa é pioneira na tecnologia Tubos Mágicos, voltada para o mercado de baby care.
“Especificamente para o Brasil, trouxemos uma tecnologia chamada Tubos Mágicos, que proporciona uma melhor anatomia e distribui melhor o xixi, então, além de trazer uma eficiência maior de absorção, a fralda não fica com aquela estética de fralda cheia. E não é só estético – dá um conforto melhor ao bebê”, conta Dallagnesi.
Utilizada nas fraldas abertas e na linha pants (fralda calça), a novidade desenvolvida pela companhia também é utilizada por outros fabricantes de fraldas. “Tem concorrentes no mercado que têm uma licença para usar essa tecnologia que é patenteada, desenvolvida por nós”, informa o executivo.
MARCA PRÓPRIA
Atualmente, a Drylock possui uma ampla variedade de marcas, que vão desde a categoria “low price” até a “premium”, além de forte atuação em marca própria, que, segundo os executivos, ainda precisam ganhar a confiança do consumidor brasileiro.
“O consumidor brasileiro não enxerga a marca própria como outros países desenvolvidos. Por exemplo, na nossa produção nos EUA, a marca própria representa 85% do nosso total. Marca própria no exterior é muito bem desenvolvida com qualidade, se não igual, muito semelhante às marcas ‘A’ do mercado. Na Europa, essa produtividade passa de 90% e, no Brasil, a nossa produção está perto dos 30%. Então, olha o tamanho do mercado ainda a ser explorado pelos fabricantes que optam pela marca própria e também pelos varejistas que optam em desenvolver uma marca sua”, explica Eduardo.
“O brasileiro tende a assumir que a marca própria é pior em qualidade e, portanto, é mais barata, mas o nosso conceito é diferente: temos toda a nossa tecnologia na marca própria, então ela é boa”, acrescenta. Hoje, a Drylock produz marcas próprias com qualidade muito similar à sua para grandes nomes do varejo, como Carrefour, Dia, DPSP, Raia, Farmácias São João, Panvel, Extrafarma e Farmácias Pague Menos.
“Vemos muitos desafios nesse mercado, mas é a história do copo meio cheio, meio vazio. Da mesma forma, o fato de não temos uma força de marca e sermos produtores de marca própria, por exemplo, dá a oportunidade para o consumidor testar novas marcas. Ele estava acostumado com uma marca e agora busca outras opções. Porém, é sempre importante dizer que ele não está buscando opção só financeira, ele busca, no mínimo, que a entrega do produto seja igual ou semelhante ao produto que ele usava anteriormente, então, as marcas próprias trazem muito disso”, complementa Vilalta.
DESAFIOS E TENDÊNCIAS
Na visão dos executivos, os impactos da pandemia nos últimos dois anos vêm sendo sentidos em praticamente em todas as cadeias produtivas. “Os altos custos de matéria-prima, o aumento de combustíveis que acarreta uma cascata de aumento de preço… Conseguimos ver isso no mercado brasileiro: você vai ao supermercado num mês e no outro o preço já mudou. Então, existe uma necessidade de repassar preço”, avalia Eduardo. “O negócio cresce nos itens premium, onde o mercado está conseguindo salvar a rentabilidade que se perde com todos esses incrementos de custos, tanto logístico quanto de matéria-prima”.
Apesar de se tratar de itens de primeira necessidade, eles acreditam que o consumidor está muito mais exigente e busca por outros atributos além de sua funcionabilidade – daí a maior busca por itens de maior valor agregado. “Hoje, a ‘premiunização’ trouxe isso, a questão do conforto. Se você pensar num passado recente, o atributo mínimo de uma fralda boa era absorver dez horas. Hoje, com a evolução das fraldas, a absorção acabou sendo um atributo meio que básico, então hoje, é mais ligado ao conforto do bebê, até por isso a gente tem a linha de pants infantil, que traz mais conforto, uma usabilidade melhor, em casos de bebês que estão desfraldando também. O bebê fica mais seguro com isso e a mãe também consegue fazer trocas mais espaçadas”, observa Reginaldo.
Apesar de ver seu poder de compra encolhido, o consumidor tem modificado seus hábitos, dando preferência a produtos de alta qualidade que atendam à relação custo-benefício. “Temos visto que o consumidor está experimentando novas marcas, se dando ao direito de sair da premium da marca ‘A’ do mercado e procurar uma fralda, um produto de higiene pessoal de menor preço, mas ele também procura o melhor. Existe um mindset dos pais, de oferecer o melhor para os seus filhos, então no nosso segmento de fralda, por mais que os pais estejam procurando opções que caibam no bolso, eles não querem produtos que não têm uma eficiência, que não vão prover pros filhos uma boa experiência”, analisa Dallagnesi.
Outra forte tendência para o mercado de personal care é a sustentabilidade. “A gente vê o consumidor preocupado principalmente com o planeta, no geral. Novas tecnologias estão sendo trazidas pra cá, nós já temos ações sustentáveis na empresa hoje. A Drylock é a primeira fabricante de fraldas infantis no mundo a desenvolver fraldas infantis em embalagens de papel. Esse um projeto que vai chegar no Brasil nos próximos anos, mas na Europa já é realidade, inclusive com marcas próprias. Esse mesmo projeto está sendo desenvolvido para incontinência”, adianta o gerente de marketing.
“A questão sustentável hoje está muito forte, não só na embalagem, mas também no produto em si, na quantidade de matéria-prima, da celulose que você usa no item, quantidade de itens químicos que você usa na produção, são pontos cada vez mais que a indústria está enxergando esse mercado e fazendo esse consumo consciente também por parte do consumidor”, pondera Eduardo. “Quando se fala de Drylock, a gente fala de propósito, não é simplesmente entregar o produto na casa do consumidor. Nós acreditamos que através da utilização dos nossos produtos, de alguma forma, o consumidor vai ter uma boa experiência e ele também vai contribuir com alguma causa”.
Diante do dinamismo do mercado – que a todo momento traz novos desafios, mas também oportunidades de negócios –, a Drylock acredita que o setor de personal care encerra o segundo semestre com mais força do que o primeiro. “Isso é uma dinâmica de mercado porque todos os varejistas imprimem também um ritmo, seja por expansão ou por um crescimento orgânico, então no segundo semestre, o setor acelera um pouco mais. Todos os grandes varejistas do Brasil estão expandindo e ainda tem muita coisa para acontecer no Brasil”, conclui Dallagnese.
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