CMPC e Neltume estudam investimentos em infraestrutura no Porto do Rio Grande
Durante encontro com o governador do estado, foram analisadas oportunidades de melhoria em infraestrutura para movimentação de celulose, em virtude do aumento de capacidade produtiva previsto pelo projeto BioCMPC

Na última terça-feira, 22, o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, recebeu lideranças das multinacionais chilenas CMPC e Neltume para analisar as possibilidades de incremento em infraestrutura no Porto do Rio Grande, tendo em vista o acréscimo de produção previsto pelo projeto BioCMPC. Participaram do encontro o presidente do Conselho das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa, o CEO das Empresas CMPC, Francisco Ruiz-Tagle, o presidente do Conselho do Grupo Ultramar, Richard Von Appen, o vice-presidente do Grupo Ultramar, Fernando Reveco, e o diretor-presidente da Sagres, Marcos Jacques Fonseca.
Aproximadamente 90% da produção da unidade industrial da CMPC, localizada em Guaíba (RS), chega até Rio Grande por meio da Lagoa dos Patos. Com um porto privado em sua planta, a empresa carrega celulose de barcaça de Guaíba até o Porto do Rio Grande, onde a produção é exportada. A mesma embarcação se desloca descarregada até Pelotas, onde recebe madeira que é plantada e colhida na região Sul do estado e, após, retorna com carga até a unidade produtiva. Integrante do Grupo Ultramar, a Neltume atua no setor portuário e, atualmente, opera no Porto do Rio Grande, por meio da subsidiária Sagres, atendendo à demanda da CMPC.
Alinhado às práticas mais atuais de ESG, o uso da hidrovia para transporte de madeira e celulose realizado pela CMPC e com apoio da Neltume evita 100 mil viagens de caminhão por ano, impedindo que ocorra a emissão de 56 mil toneladas de carbono na atmosfera. Em 2021, a CMPC transportou 1,75 milhão de tonelada de celulose e 1,26 milhão de metros cúbicos de madeira pela Lagoa dos Patos.
“Com o BioCMPC, teremos um avanço significativo da performance, tendo como base a melhoria no monitoramento e controle de pontos sensíveis da operação industrial. Com esses cuidados, vamos nos tornar uma das unidades produtoras de celulose mais sustentáveis do país em vários parâmetros, e ainda qualificar nosso desempenho operacional a ponto de aumentar a capacidade produtiva em 18%”, explica o CEO das Empresas CMPC, Francisco Ruiz-Tagle.
Considerado o maior investimento em sustentabilidade da história do Rio Grande do Sul, o BioCMPC está promovendo melhorias na unidade industrial de Guaíba até o final de 2023. Após concluídas as obras, a produção terá um aumento de capacidade de cerca de 350 mil toneladas por ano, exigindo maior potencial logístico e de armazenamento no Porto do Rio Grande.
A base florestal da empresa também deve acompanhar o aumento de capacidade produtiva da unidade, a fim de abastecer com madeira a operação industrial. Nesse sentido, recentemente, a CMPC lançou o programa de fomento RS+ Renda, que possibilita que produtores rurais e proprietários de terras diversifiquem sua produção por meio do plantio de eucalipto – matéria-prima para produzir celulose.
Por ser de capital estrangeiro, a multinacional chilena não pode adquirir terras rurais no Brasil. O programa oportuniza a ampliação da área de florestas plantadas, que é um pré-requisito para que a empresa possa pensar em futuros investimentos no Rio Grande do Sul. A meta do programa é que seja acrescentada uma área produtiva de 15 mil hectares ainda em 2022.