CeluloseNotícias

Tribunal já tem decisão definida sobre o comando da Eldorado

O anúncio da sentença é iminente e apenas depende dos prazos regulamentares de revisão na matriz

Mais um capítulo envolvendo o litígio entre a J&F Investimentos – holding de negócios da família Batista – e a Paper Excellence (PE) sobre o controle da produtora de celulose Eldorado Brasil ocorreu nesta semana. O tribunal arbitral que julga o processo chegou a uma decisão e a submeteu à matriz da Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês). De acordo com fontes com conhecimento do assunto, o anúncio da sentença é iminente e apenas depende dos prazos regulamentares de revisão na matriz. A decisão é aguardada há alguns meses pelas sócias.

O envio da decisão do trio de árbitros para a ICC foi comunicado no início da semana às partes litigiosas. A expectativa era de que a arbitragem fosse encerrada no segundo semestre de 2020 – em meados de outubro –, definindo se o contrato de compra e venda da Eldorado, estabelecido em setembro de 2017, ainda tem validade. Porém, houve atrasos na decisão, atribuídos à complexidade do imbróglio e à disputa ferrenha entre as sócias.

O tribunal arbitral foi constituído em abril de 2019 e sua sentença irá determinar se a PE pode comprar a participação remanescente da J&F na Eldorado, de 50,59% do capital, que hoje garante o controle da produtora de celulose à holding dos Batista, sob os termos do contrato original.

 

ENTENDA O CASO

A J&F, atualmente proprietária de 50,59% da Eldorado, acertou a venda de 100% da empresa por R$ 15 bilhões, para a PE, que detém 49,41% da fabricante de celulose, em setembro de 2017. A aquisição se daria em etapas, cumpridas em até 12 meses e sujeitas a determinadas condições pré-estabelecidas em contrato. Porém, em setembro de 2018, quando a PE já possuía 49,41% das ações, a J&F declarou extinto o contrato, pois a sócia não liberou garantias prestadas em dívidas da produtora de celulose, que era condição essencial para a compra do controle.

A PE afirma que a J&F agiu de má-fé, dificultando a liberação das garantias, e que cobrou R$ 6 bilhões a mais para dar continuidade ao negócio. A sociedade dos Batista, por sua vez, alega que o contrato não foi cumprido e levantou dúvidas sobre a capacidade de a PE em cumprir o compromisso financeiro, assumido em 2017. Desde então, a briga entre as sócias tem sido pautada por acusações e ações judiciais de ambas as partes.

Desde o fim de 2012, a Eldorado Brasil tem fábrica em Três Lagoas (MS), com capacidade instalada de produção de 1,7 milhão de toneladas de celulose de fibra curta de eucalipto.

Fonte
Valor Econômico
Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo