Softys debate pobreza menstrual no EFE Fórum Mulher
Especialistas discutiram o tema “Menstruação e Direitos Humanos na América Latina”, no evento organizado pela Agência Efe e pela Ladysoft
Na América Latina, os altos impostos aos absorventes, a falta de acesso à água e a saneamento, a discriminação e os estigmas são problemas que demonstram que os direitos à menstruação são uma questão a ser resolvida.
O tema foi debatido pelas especialistas que participaram, nesta semana, do EFE Fórum Mulher, com o tema “Menstruação e Direitos Humanos na América Latina”. O evento foi organizado pela Agência Efe e pela Ladysoft, marca de cuidados e higiene feminina da Softys.
A Softys é especializada na produção e comercialização produtos de higiene e cuidados pessoais, líder na América Latina, alcançando mais de 500 milhões de consumidores, com operações no Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Equador, México e Uruguai. Por meio de sua marca de cuidados femininos, a Ladysoft, a empresa busca fortalecer campanhas que possam colaborar com os direitos das mulheres e com o fim da pobreza menstrual, um problema enfrentado por meninas e mulheres de todo o mundo.
O fato de o tema ainda não ser normalizado “mina muitos direitos, tais como a educação ou o trabalho”, pois há meninas e mulheres que precisam faltar aulas ou se ausentar do trabalho quando menstruam, por falta de absorventes, segundo Ariadna Toro, jornalista e co-fundadora do coletivo La Mancha de Chile. Nesse sentido, “os produtos de higiene não devem ser vistos como presentes, são direitos”, defendeu.
“A menstruação digna deve ser um direito e será um direito na América Latina, dado que, felizmente, contamos com dezenas de coletivos feministas que lutam por isso”, disse Natalia Moreno, economista especialista em gênero e porta-voz do movimento Menstruação Sem Impostos, da Colômbia.
Moreno participou da campanha que conseguiu eliminar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dos produtos de higiene menstrual na Colômbia, que se tornou o primeiro país da região a alcançar esse feito, repetindo iniciativas realizadas no Canadá e Quênia.
Para Nicole Sansone, gerente de Negócios Corporativos de Cuidados Pessoais e Sustentabilidade da Softys, o debate não pode se concentrar apenas na disponibilidade de produtos de higiene feminina, mas buscar uma abordagem “mais integral”, incluindo, por exemplo, a falta de acesso à água e saneamento básico que afeta milhões de mulheres na América Latina, sobretudo, em áreas rurais.
No caso da pobreza menstrual, a questão se agravou ainda mais com a pandemia da covid-19. Por isso, especialistas acreditam que, hoje, é ainda mais fundamental dar visibilidade para o problema, potencializar alianças público-privadas e as parcerias entre organizações sociais e marcas, que cumprem um papel chave em desmistificar a menstruação.
“É importante que não se veja somente como um assunto feminino, é um assunto da sociedade. Quando falamos de educar, não é apenas as mulheres, mas também os homens”, finalizou a executiva da Softys.