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Segunda linha de celulose da Eldorado consumirá 400 mil hectares de florestas

Fábrica será implantada em Três Lagoas (MS), a Capital Nacional da Celulose, e utilizará uma área florestal relevante

A Capital Nacional da Celulose, Três Lagoas (MS), receberá em breve sua quarta fábrica do segmento com a construção da segunda linha da Eldorado Brasil. Hoje, há três fábricas de celulose e uma de papel operando no município.

Em entrevista ao programa RCN Negócios da TVC e Rádio Cultura FM, o diretor florestal da Eldorado Brasil, Germano Vieira, afirmou que, com a segunda linha, a empresa, que hoje utiliza 250 mil hectares de florestas, vai aumentar significativamente o seu consumo. “Com a segunda linha, vamos consumir cerca de 400 mil hectares de florestas. Uma área bastante relevante”, disse o executivo.

Diretor florestal da Eldorado Brasil, Germano Vieira.

Considerando que toda indústria de celulose precisa ter seu principal insumo próximo à fábrica, Germano destacou que a questão logística da matéria-prima é fundamental dentro da companhia. “O custo do frete, do transporte da madeira, é extremamente caro para o setor florestal, varia de 30% a 40% do custo da madeira/fábrica. É por isso que temos uma logística forte em estradas, não podemos perder dinheiro”, avaliou Germano. A distância média da floresta até a indústria ideal para uma fábrica como a Eldorado, que produz um milhão e setecentos mil toneladas por ano, seria de 60 quilômetros. “Quando dobrar a fábrica, que chegar a produzir 4 milhões toneladas, vai para 100 a 110 quilômetros”, observou.

O executivo ainda comentou o modelo de negócio da Eldorado com relação às terras – a empresa utilizou muitas áreas arrendadas para produzir eucalipto, mas hoje, também vem atuando com compras e contratos de parceria. “O modelo de negócio, arrendamento ou parceria, fica muito a critério do produtor. Hoje, o produtor prefere arrendamento. Na área da Eldorado, 70% é arrendamento e 30% é parceria. Desde o começo, isso ficou muito claro, isso é aberto entre as partes. A ideia inicial é remunerar a mais a terra do proprietário em relação ao que está sendo usado”, declarou.

O principal desafio desde que a Eldorado chegou a Três Lagoas, segundo o executivo, é a falta de mão de obra. “O setor florestal consome bastante mão de obra, apesar de estar hoje mecanizado. Isso cresceu na região, mas ainda é aquém do que precisamos. Se aumenta muito a produção, é preciso trazer mão de obra de fora. Mas, acredito que toda essa região de Três Lagoas e Água Clara será importante para dar suporte a essas indústrias que estão chegando”, avalia.

O uso de tecnologias, porém, segue sendo um dos pontos fortes da companhia. “Temos hoje um conhecimento da planta e da interação dela com o ambiente, isso é muito grande e medido. Temos avaliação diária das árvores. A Eldorado tem equipamento de medição, de marcador molecular de todas as árvores. Temos um trabalho muito grande de identificação de todas as árvores e temos o DNA de cada clone. Na área de nutrição junto com clima, temos muitos equipamentos que usamos para isso, bem como na medição de árvores e setor de imagens. E toda essa tecnologia está em Três Lagoas que, nos últimos, dez anos cresceu quatro vezes a área plantada”, ressaltou.

Por fim, Germano disse que ainda há uma grande demanda de celulose no mundo, que “está se adaptando aos novos costumes mundiais”. Por exemplo, o consumo de celulose para a fabricação de papel de imprimir e escrever, caiu, mas, em contrapartida, aumenta a produção de celulose para fabricação de papel higiênico, toalha, fralda descartável, entre outros produtos, além de embalagens. A celulose está em contínuo crescimento no mundo”, concluiu.

Fonte
JPNewsTVC
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