RGE faz oferta de US$ 3,35 bilhões por ações da asiática Vinda
A companhia realizou a proposta para adquirir a participação de 52% da fabricante chinesa de tissue – detida pela sueca Essity –, que deve ser concluída em meados de 2024
Recentemente, a Vinda International, importante empresa de higiene com sede em Hong Kong, informou que recebeu uma oferta da Royal Goden Eagle (RGE) para adquirir a fabricante de tissue por 26,13 bilhões de dólares de Hong Kong – o equivalente a US$ 3,35 bilhões.
O interesse na participação da Essity já havia atraído a atenção inicial da brasileira Suzano, que chegou a confirmar contato com a fabricante chinesa. Atualmente, no Brasil, a RGE é a controladora da fabricante de celulose Bracell.
Nesse cenário de negociações, a RGE foi uma das duas últimas empresas a entrar na disputa para adquirir a participação de 52% na Vinda, detida pela sueca Essity. Segundo a companhia, o preço oferecido é quase 150% mais alto do que o valor patrimonial líquido por ação da Vinda, avaliado em 9,41 dólares de Hong Kong em junho deste ano.
De acordo com a Essity, o negócio depende da aprovação das autoridades regulatórias, inclusive na China, mas deverá ser concluído em meados de 2024.
Segundo dados da Dealogic, a aquisição marca a terceira maior negociação entre as empresas listadas em Hong Kong este ano.
Em comunicado, a RGE, sediada em Cingapura, afirmou que os dois maiores acionistas da Vinda, a Essity e o fundador da Vinda, Li Chao Wang – que detêm 72,63% da companhia – comprometeram-se a aceitar a oferta irrevogavelmente. A Essity também disse que aceitou a oferta, em outro comunicado.
PLANOS PÓS-AQUISIÇÃO
A RGE informou que não tem planos de reformular as operações da Vinda, incluindo redistribuição dos ativos fixos ou qualquer outra mudança importante na administração ou nos funcionários da empresa. “A visão da Vinda é ser a primeira opção da Ásia para produtos e serviços de higiene de alta qualidade”, declarou Belinda Tanoto, diretora administrativa da RGE, em comunicado.
Segundo a executiva, a RGE está buscando aproveitar o crescimento do consumo na Ásia para “construir um negócio mais forte, mais eficiente e mais sustentável”.
Fundada em 1973 por Tanoto, ao longo dos anos a RGE se transformou em um grupo global de empresas de manufatura baseadas em recursos naturais, com negócios de vários seguimentos, incluindo o de papel e celulose. Atualmente o grupo possui mais de US$ 35 bilhões em ativos e 70 mil funcionários.