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P&G é acusada de fazer declarações enganosas sobre práticas ambientais

O Conselho de Defesa dos Recursos Naturais pediu à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos para examinar as afirmações feitas pela companhia aos seus investidores

Na última quarta-feira, 30, a multinacional de bens de consumo Procter & Gamble sofreu acusações de um grupo internacional de defesa do meio ambiente, de acordo com a Reuters. Os ambientalistas solicitaram à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos para verificar se as afirmações da P&G de que as práticas de seus fornecedores de celulose ajudam a manter as florestas intactas são enganosas para os investidores.

Em carta endereçada à SEC, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC) disse estar examinando as divulgações da P&G e concluiu que as declarações da empresa de que proíbe a degradação das florestas são inaceitáveis. Para o grupo, as alegações da companhia podem ser enganosas para os investidores porque a empresa compra de florestas virgens e de áreas que são habitats de caribus (cervídeo de grande porte).

Anualmente, a P&G compra mais de um milhão de toneladas métricas de polpa de madeira, advindas de árvores, para fabricar papel higiênico, toalhas de papel e lenços de papel. Por isso, a empresa tem sofrido pressão do NRDC e de outros ambientalistas nos últimos anos para usar mais materiais reciclados em seus produtos.

O NRDC espera que a SEC, principal reguladora dos mercados dos Estados Unidos, considere uma ação de execução adequada ou exija que a P&G atualize suas declarações aos investidores.

Em setembro, a P&G afirmou que para cada árvore que utiliza, ao menos outras duas são replantadas, além de realizar monitoramento por satélite e auditorias para verificar seu abastecimento florestal.

Em oposição, o grupo ambiental disse que as alegações da P&G são preocupantes porque alguns investidores levam em consideração a classificação da empresa em comparação com seus pares em suas ações relacionadas ao meio ambiente.

O NRDC afirmou, ainda, que a P&G depende excessivamente de certificações de terceiros para a sustentabilidade de sua cadeia de suprimentos de celulose. Recentemente, o grupo incentivou os acionistas a votarem contra o CEO Jon Moeller e dois diretores, Angela Braly e Patricia Woertz, na reunião anual da P&G. No entanto, todos os executivos da companhia foram votados no mês passado com mais de 90% de apoio.

Fonte
Reuters
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