Papel é a opção mais segura para secagem correta e higiênica das mãos
Estudos apontam que os secadores a ar dispersam 2,2 mil vezes mais vírus e bactérias do que as toalhas de papel
Após o avanço da vacinação contra a Covid-19, as medidas impostas para evitar a propagação do vírus, como o isolamento social e o uso de máscaras, vêm sendo flexibilizadas em todo o mundo.
A queda no número de pessoas infectadas fez com que os lugares com grande circulação de pessoas, como shoppings centers, restaurantes, museus, galerias e rodoviárias, voltassem a receber alto fluxo de visitantes. No entanto, esta retomada não isenta esses estabelecimentos dos cuidados com higiene e limpeza dos usuários, bem como de suas instalações, para proporcionar um ambiente mais seguro.
A importância da higiene em lugares públicos vai além de manter os cuidados para prevenção do coronavírus, mas também das demais doenças respiratórias. Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), doenças como gripe, resfriado, rinite e sinusite sobem em 40% durante o inverno, estação mais fria e com tempo mais seco. Outra preocupação é o vírus Influenza H3N2, que causou uma epidemia no Brasil no início do ano.
Nesse contexto, é importante priorizar ações que evitem a transmissão de germes e bactérias, principalmente em locais públicos.
HIGIENIZAÇÃO SEGURA
A parte mais importante do corpo para se manter higienizada em locais de grande circulação de pessoas são as mãos, pois elas entram em contato com diversas superfícies e, frequentemente, são levadas ao rosto e até mesmo à boca e aos olhos.
Muito se fala sobre a maneira correta de lavar as mãos, usando água e sabão, porém, os cuidados ao secar as mãos também fazem parte dessa higiene, já que a pele úmida fornece um ambiente mais propício para a contaminação.
As pesquisas sobre o tema costumam analisar as duas opções mais comuns disponibilizadas para a secagem das mãos em ambientes compartilhados – o papel toalha e os secadores elétricos.
Em estudo publicado em março de 2021, disponível no periódico “Infection Control & Hospital Epidemiology”, da Universidade de Cambridge, foi constatado que os secadores de mão elétricos de alta velocidade tendem a aumentar a disseminação de contaminantes para outras superfícies. Isso porque, ao não higienizarem as mãos de forma adequada, os usuários utilizam o secador e os jatos de ar acabam espalhando as bactérias residuais.
“Na verdade, o secador vira um aerossol que contamina o banheiro, incluindo o próprio secador e, potencialmente, a pia, o chão e outras superfícies, dependendo do design do dispositivo e de onde está localizado”, comentou o professor de microbiologia Mark Wilcox, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
Já na pesquisa da Universidade de Westminster, em Londres, os patógenos presentes nas mãos diminuem, em média, 58% com o uso do papel toalha, enquanto ao se usar os secadores de mão, aumentam em cerca de 255%.
O estudo também aponta que o papel absorve agentes patógenos junto com a água ao secar a mão, proporcionando uma melhor absorção, que dura em média 11 segundos e usa duas folhas de toalha. Os secadores, por sua vez, deixam uma “mistura” de bactérias transitórias após a secagem que permanecem nas mãos, pois não são absorvidas; além de demorarem, em média, 30 segundos para realizar a secagem.
Considerando os dados analisados, os secadores dispersam 2,2 mil vezes mais vírus e bactérias do que as tolhas de papel.
Segundo análise da Mayo Clinic Proceedings, que agrupa dados conclusivos de 12 estudos ao longo de quatro décadas, o consenso é de que o papel toalha é a opção mais segura para a secagem das mãos, ajudando a evitar a disseminação de doenças e garantido a saúde dos usuários dos estabelecimentos.