Um dos participantes do 53º Congresso Internacional da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), nessa segunda-feira, 5, o presidente da Suzano, Walter Schalka, voltou a defender que os atuais preços da celulose em todo o mundo são insustentáveis.
Para Schalka, assim como já vem ocorrendo com a fibra longa, deve haver recuperação na fibra curta, que corresponde ao maior volume das exportações brasileiras. “Na fibra longa, [a recuperação dos preços] já está acontecendo. Isso vai acontecer também com a fibra curta”, afirmou.
O executivo defende que, com os preços atuais, de aproximadamente US$ 450 a US$ 460 por tonelada na China, os produtores brasileiros geram caixa, mas não têm retorno sobre o capital empregado. “O nível de preços atual é insustentável”, disse. Para os fabricantes do Hemisfério Norte, onde os custos de produção são mais elevados que os do Brasil, o atual cenário é ainda mais delicado, e muitos têm registrado prejuízo operacional.
No debate, o presidente da Suzano destacou ainda que, nos últimos anos, a indústria brasileira conseguiu gerar retorno ao acionista. Como exemplo desse ganho, citou a saída do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do capital da empresa.
De acordo com ele, na fusão da Suzano com a Fibria, o BNDES já tinha recebido R$ 9 bilhões por uma parcela de sua participação acionária. Com a venda em bolsa dos 11,03% remanescentes, arrecadou mais cerca de R$ 7 bilhões. “Assim, em aproximadamente 20 meses, o BNDES conseguiu monetizar cerca de R$ 16 bilhões, e criar valor ao acionista nos deixa feliz”, concluiu.