Navigator aposta no segmento de tissue para ampliar seu negócio
No ranking das três maiores exportadoras de Portugal, a companhia espera crescer e superar os resultados obtidos em 2022 com o aumento de portfólio
Uma das maiores fabricantes de tissue de Portugal, a The Navigator registrou lucro líquido de € 392,5 milhões em 2022 – o que representa um aumento bastante significativo, de 129% frente ao resultado do ano anterior. Para 2023, a expectativa da companhia é atingir números recordes.
No último ano, marcado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como pela inflação que fez disparar os custos industriais para muitas empresas, as vendas de papel representaram cerca de 74% do volume de negócios, destacando a companhia no ranking das exportadoras portuguesas.
“A dinâmica dos preços internacionais de celulose, papel kraft e tissue, potencializada pela melhoria do mix de produto e pelo foco no aumento de produtividade, a par da evolução dos preços de venda de energia renovável, impulsionou os bons resultados registados no ano”, relatou a empresa.
Com a recente conclusão da aquisição da Gomà-Camps, espera-se que os resultados da Navigator continuem impulsionando seu sucesso. Com o aumento do portfólio, o potencial do histórico do setor na Espanha permitirá à companhia aumentar a produção de papel tissue em 60 mil toneladas. “Com esta aquisição, a companhia reforça a sua posição estratégica no setor de tissue, tornando-se no segundo maior player ibérico”, declarou a empresa.
TOP 3 EM EXPORTAÇÃO E INVESTIMENTO EM RECURSOS HUMANOS
Em um ano de exportações recorde para o país – atingindo o valor acumulado de € 120 milhões, 34% a mais do que o registrado em 2021 – a Navigator fixou-se no terceiro lugar entre as maiores exportadoras de Portugal.
Além disso, segundo o INE, a companhia é a maior geradora de Valor Acrescentado Nacional do país e contribui de forma determinante para a economia e a geração de emprego a nível local. Atualmente, conta com 3.115 colaboradores, o número mais alargado de postos de trabalho gerados (diretos, indiretos e induzidos), e pretende multiplicar esse número por dez.
Ciente da relevância dos recursos humanos no negócio, em 2022, a Navigator reforçou em € 31 milhões seus investimentos com pessoal.
De acordo com dados oficiais, 73% dos 7.300 fornecedores da companhia são portugueses, sendo investidos anualmente cerca de € 1,500 milhões em fornecimentos e prestações de serviços. E, de tudo o que a empresa produz, mais de 90% é vendido fora de Portugal, representando 1% do PIB do país.
NOVOS DESENVOLVIMENTOS
Para 2023, a companhia mantém planos ambiciosos de expansão apesar da cautela devido ao atual contexto político-econômico, marcado pela desaceleração das economias, inflação elevada e guerra entre Rússia e Ucrânia, que continuam reforçando um cenário de imprevisibilidade.
Sem antecipar grandes alterações na procura e antevendo a continuidade do destocking, o foco permanecerá “na redução de custos variáveis, controle de custos fixos e maximização das eficiências operacionais”, mas sem tirar adiar os planos de diversificação e desenvolvimento de produtos.
“O desenvolvimento do novo segmento de packaging continua a revelar sinais bastante positivos, traduzidos pela crescente base de clientes, reconhecimento da qualidade dos produtos e, consequentemente, da marca gKraft, servindo a marcas de grande exposição, em setores tão distintos como a área da moda, varejo alimentar, e-commerce, indústria ou agricultura. A marca gKraft continua baseando sua estratégia de crescimento em produtos de maior valor acrescentado, impondo gradualmente os seus argumentos de diferenciação e sustentabilidade, muito apoiado na qualidade das matérias-primas – sobretudo em fibra de Eucalipto Globulus – que apresenta particularidades muito interessantes que permitem reduzir o consumo de fibra”, explica a companhia.
Alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – que já renderam à companhia o terceiro lugar índice global de sustentabilidade da Sustainalytics – a Navigator tem a inovação como pauta central nos seus planos de desenvolvimento.
“A Navigator atravessa um entusiasmante ciclo de investimento, inovação e diversificação, com vista a liderar as novas oportunidades para os produtos de base florestal na substituição dos artigos de origem fóssil por bioprodutos renováveis, recicláveis e biodegradáveis elaborados a partir da celulose, contribuindo assim para a resposta aos desafios das alterações climáticas e a perda de biodiversidade”, conclui.