A Eldorado Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no primeiro trimestre de 2022, crescimento de mais de 72 vezes em relação aos R$ 14,6 milhões registrados um ano antes. O resultado foi motivado pelo forte desempenho operacional da empresa e ganhos com variação cambial, de R$ 694 milhões.
Entre janeiro e março, a receita líquida da companhia alcançou R$ 1,4 bilhão, um aumento de 10,6% frente ao mesmo período no ano anterior, suportada pelos aumentos implementados no preço da celulose. Sazonalmente mais fraca, a produção recuou 2,5% – para 428 mil toneladas de fibra – e as vendas recuaram 3,8%, a mais 426 mil toneladas. Em comparação com o último trimestre de 2021, o volume comercializado caiu 8,8%, considerando ainda os problemas enfrentados na cadeia logística global.
O Ebitda ajustado da companhia somou R$ 840 milhões, 20,3% acima do registrado no ano anterior. No trimestre, a margem Ebitda foi de 58,2%, contra 53,4% um ano antes e 49,9% no quarto trimestre.
Segundo Fernando Storchi, diretor financeiro e de relações com investidores, a maior exposição da companhia nos segmentos de tissue, embalagens e papéis especiais, que respondem por cerca de 80% do mix de vendas, contribuiu para a realização de preços acima da média do mercado. “É um mix muito focado em mercados essenciais. A menor parcela vai para papel de imprimir e escrever, que vem apresentando um declínio estrutural”, afirmou, em entrevista.
O custo caixa da Eldorado ficou em R$ 803 por tonelada, com queda de 4,4% ante os três últimos meses de 2021 e aumento de 8,1% na comparação anual.
O executivo explicou que os problemas logísticos não afetaram fortemente a companhia, que segue com distribuição diversificada, por não estar exposta ao mercado spot. “Houve aumento de custos, mas como temos contrato, a volatilidade não é tão elevada”, concluiu.