Kimberly-Clark Australia desenvolve projeto piloto de compostagem a partir de fraldas usadas
Com 60% de participação do mercado local, a multinacional de bens de recolhe as fraldas sujas de uma creche e realiza o processo de decomposição após separar polpa e plástico
Com cerca de 60% de participação no mercado e a predominância da marca Huggies na Austrália, a Kimberly-Clark está ciente de que o alto consumo também contribui para um sério problema ambiental: o descarte de fraldas. Anualmente, 1,5 bilhão de fraldas usadas vão para aterros sanitários no país, de todos os players da indústria.
Segundo Belinda Driscoll, diretora-gerente da Kimberly-Clark Australia, atualmente, existe um teste promissor – mas ainda em estágios iniciais – para transformar as fraldas sujas em composto, utilizando um processo de decomposição anaeróbica, que contou com a parceria da agência científica nacional CSIRO. Este será um caminho longo, mas os estágios iniciais demonstram que o processo funciona.
Desde julho, a empresa coleta fraldas sujas de uma creche em Mount Barker e testa o processo em um local próximo a Langhorne Creek, da gigante de cuidados infantis G8 Education. A Kimberly-Clark tem um contrato de fornecimento com a rede de educação, que conta com 440 centros na Austrália.
Até o momento, cerca de 1,6 toneladas de fraldas sujas já foram coletadas no programa da Kimberly-Clark, no qual urina e fezes são tratadas da mesma forma no processo.
As fraldas sujas são separadas em polpa e plástico. A polpa representa cerca de 40% da fralda é destinada à compostagem, enquanto os outros 60% restantes de plástico são mantidos de lado com estudos em andamento para possível reciclagem com um grupo chamado APR Plastics.
O processo de decomposição está sendo supervisionado pela Peats Soil and Garden Supplies em um local conhecido por ser uma região vinícola na SA. Para ajudar na sua quebra, a fibra e a polpa das fraldas são misturadas com restos de alimentos e bebidas com alto teor de açúcar.
Para Driscoll, a Huggies se transformou em uma grande marca, e tanto os pais quanto os operadores de creches estão por trás da forte demanda. A executiva disse que 95% dos bebês usam fraldas descartáveis, sendo a conveniência um fator importante. “Famílias e creches realmente dependem deles”, destacou.
Um programa em Toronto, no Canadá, que transforma a fibra das fraldas em composto, está em execução há anos, o que, para a executiva, “mostra que esses programas podem ser implantados em larga escala”.
O cronograma das próximas etapas do projeto da Kimberly-Clark ainda está sendo desenvolvido pela companhia, mas o objetivo é tentar implementar o programa em toda a Austrália.