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O especialista destacou ainda a importância da elevação de 1,1% na produção de bens intermediários em agosto ante julho. “O segmento é o núcleo do setor industrial. O grosso da produção está concentrado neste setor”, explicou, detalhando que o movimento pode atenuar a tendência de queda da produção da indústria nos próximos meses, “apesar de não impedir que feche 2014 no negativo”. A projeção da SulAmérica Investimentos é de recuo de 2% na produção industrial neste ano.
Sobre a retração de 13,4% na produção de bens de capital em relação a agosto de 2013, Camargo Rosa avalia não ser surpresa uma queda tão expressiva. “O nível de confiança do empresário, captado pela FGV e pela CNI, mostra claramente que os empresários estão cautelosos e avessos a ampliar a capacidade produtiva”, pontuou. Para ele, o segmento de bens de capital sofre devido ao quadro de baixa confiança na política econômica.
Fibra
Opinião semelhante tem o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, para quem a alta de 0,7% em agosto não desvia o setor da trajetória de desaceleração. Causa apenas um ruído no caminho de queda da indústria.
Segundo dados relativos ao fator fabril em agosto divulgados hoje, em relação a agosto de 2013 houve uma queda de produção da ordem de 5,4%. “Essa queda não é nada desprezível”, ponderou o economista, acrescentando que como a comparação mês contra mês pega resultados baixos, o crescimento da indústria resvala em critérios meramente estatísticos.
“A indústria mantém uma tendência inequívoca de queda em relação a tudo que se apurou no ano passado”, reforçou Oliveira. Outro dado a que o economista do Banco Fibra recorre para ilustrar sua visão sobre o comportamento da indústria é a medida de média móvel trimestral que, segundo ele, capta melhor os movimentos de produção da indústria e que caiu 0,1% na comparação com julho.