Beneficiada pela demanda resiliente de seu mercado-alvo, a Klabin conseguiu se virar bem durante o auge da pandemia do coronavírus. Para compreender melhor como a empresa está lidando com os desafios dos próximos trimestres, os analistas Conrado Vegner e Victor Chen, do Banco Safra, conversaram com a equipe de RI (Relações com Investidores) da fabricante de celulose.
A dupla destacou o aumento dos preços da matéria-prima na China. De acordo com a companhia, o fornecimento mais saudável e o equilíbrio da demanda no decorrer do terceiro trimestre forçaram os produtores do país asiático a subirem os valores da fibra curta. “A elevação do preço da celulose foi recebida com pouca resistência”, analisaram Vegner e Chen.
Por outro lado, a Europa é motivo de preocupação com os impactos da segunda onda da Covid-19, que já levou a bloqueios em países como Reino Unido e França. Ainda assim, os analistas acreditam que a manutenção das atividades escolares pode ocasionar um menor impacto na demanda de papel.
No Brasil, deve haver aumento nos preços médios no quarto trimestre e, na visão da Klabin, há espaço para novos reajustes em 2021.
Os analistas destacaram, ainda, a produção de celulose da Klabin, que está acima da capacidade, com uma produção de 1,15 mega tonelada.
PAGAMENTO DE ROYALTIES
Com relação ao pagamento de royalties para a utilização do nome Klabin, que pertence ao grupo Sogemar, a Klabin informou estar incentivando a participação dos acionistas a fim de que a questão seja finalmente solucionada.
O pagamento de royalties está estimado entre R$ 50 a 60 milhões em 2020. A reunião com acionistas deve ocorrer no dia 26 de novembro.