Vendas de papel tissue crescem 21% no primeiro trimestre
A categoria teve o maior destaque no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos entre janeiro e março de 2022
Entre janeiro e março de 2022, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos registrou um crescimento de 6,5% em vendas ex-factory em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
De acordo com a entidade, a performance do setor no primeiro trimestre do ano foi afetada pela alta da inflação e o aumento dos custos das matérias-primas.
“O reajuste de preços indica uma pressão inflacionária persistente, disseminada e inevitável. A instabilidade do cenário internacional, marcado por novos lockdowns na China e sanções contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, também afeta a economia setorial”, destacou a Abihpec.
Apesar das instabilidades, o segmento de papel tissue foi o que mais se destacou ao apresentar crescimento de 21% em vendas ex-factory, em comparação com o ano anterior, puxado pela categoria de papel higiênico. Em seguida, vem o segmento de higiene pessoal, com avanço de 3,5%.
A associação ressalta que o poder de consumo dos brasileiros vem sendo corroído com a inflação crescente. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrado no período de janeiro a março de 2022, para os produtos de Cuidados Pessoais foi de 5,1% enquanto o índice geral de preços ficou em 3,2% no mesmo período.
Os preços dos produtos de Cuidados Pessoais estão em trajetória ascendente desde novembro de 2021, de acordo com o IPCA acumulado em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice era de 1,8%. Em março de 2022, o índice aponta aumento de 7,8% no acumulado de 12 meses.
Outro desafio para o setor é o aumento dos preços das matérias-primas, que são pressionados pelo comprometimento de custos relacionados à logística de transportes, aumento do preço do petróleo e das commodities.
“Os números do IPCA demonstram que depois de um ano como 2021 em que a inflação média do setor ficou em 3,1%, sinalizando os esforços feitos pelos fabricantes para segurar o repasse em preços ao consumidor – baseados numa perspectiva de inflação transitória que não ocorreu – é inevitável o movimento de recomposição dos preços que vem acontecendo nos últimos meses. Os custos seguem altos e consumindo as margens e o cenário econômico, somado à retração da renda, continuam apresentando desafios aos fabricantes que lutam para não perder a preferência junto a seus consumidores”, afirma João Carlos Basílio, presidente-executivo da Abihpec.