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“Em papel, o último trimestre de 2014 foi bastante positivo. A Suzano ganhou participação e passou a ter 71% no mercado doméstico de papel”, contou o executivo, em teleconferência com analistas. “Mas em janeiro e fevereiro, os volumes foram muito fracos”, acrescentou. De outubro a dezembro, as vendas de papel da Suzano alcançaram 375 mil toneladas, com queda de 1,4% na comparação anual e alta de 10,2% ante o terceiro trimestre. A América do Sul, incluindo o Brasil, e a América Central foram responsáveis por 84,3% das vendas.

De acordo com o diretor-executivo de celulose e papel da companhia, Carlos Aníbal, diante do câmbio mais favorável às vendas externas, a rentabilidade com as exportações de papel aumenta. No entanto, ainda assim as margens permanecem inferiores às oferecidas no mercado doméstico por causa dos custos logísticos.
Por outro lado, a leitura da direção da companhia sobre o mercado global de celulose “é bastante positiva”, de acordo com Aníbal. Em janeiro, a Suzano aplicou um reajuste na Europa e na China e, neste mês, está elevando em US$ 20 o preço da tonelada da fibra curta na América do Norte, para US$ 880. “A demanda tem se mostrado sólida em todos os mercados”, disse. Na China, a migração dos produtores de tissue (papel sanitário) que ainda utilizam outros tipos de matéria-prima para a fibra curta abre potencial importante para as vendas da indústria.
Apesar do cenário pessimista para os negócios de papel e do prejuízo líquido apurado no ano passado, a direção da Suzano vai propor ao conselho de administração a distribuição de R$ 150 milhões em dividendos. Em 2014, a empresa teve perda líquida de R$ 262 milhões, frente a R$ 220 milhões negativos um ano antes, prejudicada pelo efeito negativo da valorização do dólar na parcela da dívida que está denominada em moeda estrangeira.
Schalka comentou a proposta após ser questionado sobre o uso que a Suzano pretende fazer de seu caixa. Em dezembro, a companhia tinha em caixa R$ 3,69 bilhões, uma alta de 10,9% frente ao fim de setembro. “O fluxo de caixa deve ser ainda mais positivo em 2015, com a queda dos investimentos previstos e menor volume de restos a pagar referentes à [fábrica de celulose de] Imperatriz”, afirmou.
Para 2015, a Suzano projeta investimentos de R$ 1,5 bilhão, frente a R$ 1,79 bilhão no ano passado. O orçamento para este ano não contempla os R$ 30 milhões que serão aportados no projeto de celulose fluff (usada na produção de fraldas e absorventes), que entrará em operação em dezembro em Suzano (SP).
Valor Econômico