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Produção industrial tem queda em março, mas indústria de tissue se destaca positivamente

Pesquisa do IBGE identificou crescimento na produção de bens com elevada demanda

A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial brasileira em março, informou, nessa terça-feira, 5, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A queda em comparação com o mês anterior, de 9,1%, é a pior desde maio de 2018, quando a greve dos caminhoneiros paralisou o país.

De acordo com o instituto, o desempenho de março de 2020 coloca a produção industrial brasileira no mesmo nível de agosto de 2003. A queda foi generalizada, atingindo todas as categorias econômicas e 23 dos 26 ramos pesquisados.

“Na raiz desse resultado há claramente os efeitos do isolamento social, que levou à paralisação das operações de diversos segmentos da indústria e, mais do que isso, levou a um recuo disseminado entre as atividades industriais”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

O primeiro caso conhecido de Covid-19 ocorreu em 25 de fevereiro. No mês seguinte, março, o país começou a sentir os efeitos econômicos do novo coronavírus, com fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de evitar avanço da pandemia.

Em relação a março do ano passado, a produção industrial brasileira caiu 3,8%, no quinto resultado negativo nessa base de comparação. No ano, a indústria brasileira acumula queda de 1,7%. Considerando apenas os meses de março, foi o pior resultado da série iniciada em 2002.

Foi também o recuo mais disseminado da série histórica, junto com maio de 2018, quando a greve dos caminhoneiros derrubou a produção industrial em 11%. “A diferença é que aquela produção foi reposta no mês de junho, algo que a gente não vai conseguir observar agora no mês de abril”.

Indústrias como as do setor automotivo, confecção de artigos de vestuário e acessórios, de bebidas, artigos para viagem e calçados, produtos de borracha e material plástico, além de máquinas e equipamentos, foram as mais afetadas negativamente.

Por outro lado, Macedo diz que a pesquisa identificou crescimento na produção de bens com elevada demanda durante a pandemia, além dos de produtos de limpeza e higiene. Na indústria de papel tissue, cresceu a fabricação de papel higiênico.

O instituto, porém, não abre os percentuais por produtos. “Mas são altas insuficientes para trazer a atividade em que estão inseridos e muito menos para trazer a indústria em geral para o terreno positivo”, comentou o gerente da pesquisa.

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