Presidente da Klabin critica atual política ambiental no país
No entanto, Cristiano Teixeira acredita o Brasil tem mais condições de alcançar as metas estipuladas na COP26 do que países ricos
Cristiano Teixeira, presidente da Klabin, afirmou estar otimista com os negócios no setor de papel e celulose em 2022, mas disse olhar com preocupação a instabilidade político-econômica do Brasil, assim como a economia global. “A economia global está muito instável”, disse.
Durante entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo, Teixeira também criticou a política ambiental do governo vigente. Para ele, a percepção que o resto do mundo tinha do Brasil no tratamento do tema está sendo prejudicada. “No lado econômico, pode significar embargo e taxação. E já percebemos alguma tentativa disso na Europa”, comentou.
No entanto, o líder da Klabin acredita que o Brasil tem mais condições de alcançar as metas estipuladas na COP26 (Conferência da ONU sobre mudanças climáticas) do que países ricos.
O executivo ainda avaliou a situação econômica global como ruim e sem perspectivas de recuperação a curto prazo. “Estamos sofrendo com o aumento da liquidez e o custo da logística, que está fazendo o mundo ficar de ponta cabeça. Hoje, o custo do frete é mais alto que o próprio produto”, declarou. Em relação ao Brasil, Teixeira declarou que, no momento, o país tem “uma política fiscal absolutamente fora do controle”.
Com a crescente demanda por papel, a Klabin fez um investimento bilionário em maquinários, e projeta um crescimento ainda maior. “O ano de 2022 será bom. Repassamos custos e mantivemos a margem, pois não tivemos como segurar o preço e o nosso produto tem uma demanda firme e estrutural. Então, a expectativa é boa para o próximo ano”, concluiu.