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Preço da celulose de fibra curta deve bater recorde

Somente em março, os reajustes aplicados pelos produtores, em todas as regiões, variam de US$ 90 a US$ 120 por tonelada

Os preços da celulose de fibra curta estão caminhando para alcançar níveis recorde na China, menos de um ano depois de terem tocado a mínima histórica. A alta é suportada pela demanda aquecida, estoques limitados ao longo do sistema, frete mais caro e substituição da fibra longa, matéria-prima mais cara, cuja oferta a partir de fábricas no Hemisfério Norte continua limitada. Somente em março, os reajustes aplicados pelos produtores, em todas as regiões, variam de US$ 90 a US$ 120 por tonelada.

Tendo reajustes mensais, a revisão da escalada da celulose em 2021 foi revisada para cima, e o bom momento deve perdurar até o meio deste ano. Na visão do analista Rafael Barcellos, do Santander, o ciclo de alta pode ser ainda mais prolongado e, considerando a relação entre oferta e demanda deficitária projetada para este ano, perdurar até 2022.

Na última semana de fevereiro, a Suzano anunciou reajuste de US$ 120 por tonelada para a China, elevando o preço válido para aquele mercado a US$ 720 por tonelada a partir de março. Na Klabin, de acordo com o diretor do negócio de celulose, Alexandre Nicolini, o preço líquido anunciado para março é de US$ 730 por tonelada.

Já para Europa e América do Norte, os aumentos informados pelos produtores foram de US$ 90 e US$ 100 por tonelada, respectivamente, levando-se em conta os valores que haviam sido reportados para fevereiro. Com isso, o preço no mercado europeu subiu para US$ 910 em março, e para US$ 1.140 no mercado americano.

Os analistas do J.P. Morgan, Márcio Farid, Rodolfo Angele e Lucas F. Yang, afirmam que podem ser anunciados novos reajustes para abril, levando a tonelada de fibra longa para a casa dos US$ 1 mil na China. “Se isso se materializar, os preços da fibra curta podem testar altas históricas e subir acima de US$ 800 por tonelada em breve”, avaliaram.

Na sexta-feira, 5, o preço da fibra curta subiu US$ 97 no mercado chinês em uma semana, alcançando US$ 714,50 por tonelada, confirmando que o aumento mais recente vem sendo aplicado. Na fibra longa, o reajuste foi de US$ 91, para US$ 939,40 por tonelada. No dia 9, o preço da fibra curta no mercado europeu subiu US$ 43,80, para US$ 826,74 por tonelada. Na fibra longa, foi detectada alta de US$ 58,05, para US$ 1.029,85 por tonelada.

 

Os analistas Daniel Sasson, Ricardo Monegaglia, Edgard Pinto de Souza e Bárbara Angerstein, do Itaú BBA, estimam que os fatores que culminaram na atual dinâmica de preços permaneçam no curto prazo, abrindo espaço para novos reajustes. “É importante ressaltar que os fabricantes de papel foram capazes de repassar a maior parte da inflação do custo da fibra, mantendo margens saudáveis”, observaram.

No entanto, esse cenário não é favorável ao mercado de tissue, conforme analisa o fundador e CEO do Portal Tissue Online, Felipe Quintino. “Os fabricantes de papel tissue no Brasil estão sofrendo cada vez mais com a alta do dólar e do preço da celulose, que tem elevado os custos de produção, e não conseguem repassar esses reajustes ao mercado para manter as suas margens saudáveis”, explica.

Fonte
Valor Econômico
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