Oferta restrita e inflação de custos devem continuar pressionando o mercado de celulose
Os gargalos logísticos, que afetam a cadeia produtiva mundial, também devem permanecer no segundo semestre
Apesar de reportar resultados positivos no segundo trimestre, com aumento nas vendas de papel e no preço da celulose, a Suzano, maior fabricante brasileira da matéria-prima, vem sentindo os impactos da pressão dos custos, bem como dos gargalos logísticos – o que gera grandes preocupações para o segundo semestre.
Para os últimos seis meses deste ano, os estoques globais devem continuar em níveis baixos, o que influencia o preço elevado da commodity, embora a demanda deva permanecer em alta. Nesse sentido, a indústria deve realizar contratos de mais longo prazo ao invés de trabalhar no mercado spot.
“Os primeiros meses do ano tiveram paradas sem precedentes: 2 milhões de toneladas de celulose não foram produzidas”, afirmou Leonardo Grimaldi, diretor-executivo da Suzano, em relação aos efeitos das restrições do uso da madeira na Europa. Segundo o executivo, a oferta de celulose deve permanecer restrita no próximo semestre.
De acordo com analistas de mercado, existe um empenho das empresas para diminuir a pressão inflacionária de custos, porém, a margem para uma solução é considerada pequena. Outro agravante, a persistência dos gargalos logísticos, “continuará sendo um problema nos próximos meses”, já tendo resultado em atrasos de 60 dias na entrega de celulose, conforme Grimaldi.
INVESTIMENTOS
Buscando ampliação da oferta, a Suzano anunciou a realização de novos subsídios recentemente. A Suzano aumentou o valor destinado aos seus investimentos no ano, de R$ 13,6 bilhões para R$ 16,1 bilhões, com foco em novos ativos florestais, manutenção e antecipação de algumas iniciativas visando à eficiência financeira.
Conforme o CEO da Suzano, Walter Schalka, o Projeto Cerrado está dentro do orçamento e do cronograma de obras, e o comissionamento deve ocorrer no segundo semestre de 2024.