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Klabin aposta fortemente em sustentabilidade

Integrando índice global de sustentabilidade, a empresa está pronta para adentrar os mercados de carbono e de serviços ambientais

A Klabin, única indústria brasileira no Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) no ano de 2020, está pronta para adentrar os mercados de carbono e de serviços ambientais. Detentora de um estoque de mais de 4,7 milhões de toneladas de carbono equivalente, ela pode vender esses créditos no mercado, quando houver regulamentação, ou em transações bilaterais, com companhias que têm de compensar emissões.

Segundo o diretor de Tecnologia Industrial, Inovação, Sustentabilidade e Projetos da Klabin, Francisco Razzolini, existem negociações privadas em andamento, mas definições importantes, como o preço, ainda devem ser feitas. “A Klabin quer ir além do crédito de carbono. Quer também o reconhecimento em serviços ambientais”, comentou. A empresa foi a primeira de papel e celulose na América Latina a receber o selo FSC (do inglês Forest Stewardship Council), há mais de 20 anos. Hoje, tem hoje cerca de 240 mil hectares de florestas nativas para 258 mil hectares de cultivo de pínus e eucalipto, o que a confere uma base robusta para a exploração de serviços ambientais. A companhia ainda irá buscar também o selo de carbono neutro.

Aderindo aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2016 e entrando no Pacto Global do clima, dentre outras medidas, a empresa estabeleceu um amplo roteiro de sustentabilidade que culminou em uma agenda até 2030. Tal conjunto possui mais de 20 metas, dentre elas, a de elevar, de 97% a 100%, até 2030, a reutilização de resíduos em toda a operação, zerando o descarte em aterros. Ele será lançado no Klabin Day, agendado para 4 de dezembro.

De acordo com o executivo, nos últimos 15 anos, a Klabin já diminuiu em 45% o consumo específico de água por tonelada de produto e a emissão de gases do efeito estufa, na mesma métrica, em 60%. O movimento será continuado com os novos investimentos da empresa, que também aumentarão a geração de energia renovável. O objetivo é atingir 92% em uma década, contra 89% atualmente.

Para o diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, Marcos Ivo, a empresa também deve se beneficiar economicamente pela maior atenção do setor em geral à sustentabilidade. O tema ganhou, mais recentemente, a roupagem “ESG” em, no mínimo, duas frentes: a maior demanda por seus produtos de papel e, consequentemente, mais sustentáveis que outros materiais; e a monetização de créditos de carbono e serviços ambientais, além das novas captações “verdes”. “Essa onda de busca por um mundo mais sustentável veio para ficar”, defendeu.

A crescente relevância do índice DJSI levou a Klabin a iniciar os preparativos para submeter o questionário de avaliação, que considera 102 indicadores relacionados a meio ambiente, sociedade e governança, a partir de 2019. Conforme o gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin, Júlio Nogueira, a avaliação não se dá somente com base na fotografia da operação atual e, sim, considera um histórico de, pelo menos, cinco anos.

Fonte
Valor Econômico
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