Kimberly-Clark investe fortemente em estratégias digitais
Silvio Veloso e Bruno Siqueira comentaram as novidades da companhia, como a loja virtual “essencialpravc”, estratégias de venda com parceiros de marketplace e parceria com start-ups
Silvio Veloso, diretor de tecnologia, e Bruno Siqueira, diretor de trade marketing, ambos da Kimberly-Clark Brasil, participaram do Talk Tissue com Felipe Quintino. No programa, os executivos da multinacional de bens de consumo falaram sobre as novidades da companhia, especialmente no ambiente on-line.
Uma delas é o lançamento da plataforma de vendas on-line da K-C, A “essencialpravc”. “Lançamos, agora, durante esse período de pandemia, a nossa loja que oferece produtos da Kimberly-Clark, nosso portfólio completo direto ao consumidor. Na verdade, esse movimento que a gente fez já faz parte de uma agenda mais ampla de e-commerce; nesse ponto de vista, a nossa estratégia é estar onde o consumidor está, então, temos formas diferente de estar no e-commerce. Estamos presente em mais de 50 sites ou apps de e-commerce, temos parceiras com nossos clientes, e agora, temos experiência de venda direta ao consumidor. A essencialpravc nasce nesse período de pandemia justamente como oportunidade de a gente oferecer mais uma opção ao consumidor, e também da necessidade de a gente entender melhor o comportamento desse shopper, mas ela não é a nossa primeira experiência direta ao consumidor. A gente tem um outro produto digital chamado Mais Abraços, que é um misto de conteúdo, e-commerce e utilidade para mães e pais em sua jornada de parentalidade, dessa maneira, podemos fazer uma conveniência e essa ponte direta com o consumidor e entender melhor seu comportamento”, conta Silvio, ressaltando que a operação da loja on-line ainda é focada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas há planos de expansão para outros mercados.
Para a companhia, manter o equilíbrio com os clientes do varejo lançando esse canal de venda direta com o consumidor tem sido um grande aprendizado. “É uma plataforma que a gente está aprendendo bastante como funciona o insight de consumidor, e a gente acaba tendo uma parceira muito forte, a gente compartilha muitos aprendizados com o varejo”, comenta Bruno.
Atuando fortemente com parceiros de marketplace, a Kimberly-Clark teve, no ano passado, um case de sucesso divulgado nacionalmente: a Black Friday, em parceria com a Magalu. Nesse sentido, Silvio conta que a empresa atua com outros clientes para impulsionar as vendas no ambiente on-line.
“Nessa nossa estratégia de estar em todos os lugares onde o consumidor possa estar e deixar essa decisão de qual canal mais convém na mão do consumidor, a gente tem que trabalhar com todos os parceiros, então, sim, trabalhamos com marketplace, com varejistas que têm operação híbrida, on-line, porque a gente entende que e-commerce é conveniência. O brasileiro vem mudando a sua percepção com relação ao e-commerce, acho que o mercado brasileiro está evoluindo cada vez mais para uma visão de conveniência, então, a gente acredita que estar em todos esses players significa trazer essa conveniência que o consumidor busca”, explica Silvio.
Dentro de sua estratégia digital, a companhia também lançou um programa de conexão com start-ups, o K-C Conecta. “O KC-Conecta é o nosso programa de inovação aberta, então, ele nasce dentro de um contexto da nossa estratégia maior de transformação digital, onde a gente trabalha outros elementos, cultura, mindset dos nossos colaboradores, agilidade de organização da empresa. E um dos pilares da nossa estratégia de transformação digital é olhar para fora com intuito de buscar soluções de uma forma mais rápida e se conectar com o ecossistema de start-up no Brasil, que vem crescendo muito nos últimos anos”, pondera o diretor de tecnologia.
Com relação ao aumento da demanda durante o pico da pandemia, Bruno relata que foi preciso usar estratégias para garantir o abastecimento dos produtos. “Foram dois pilares muito fortes: o pilar de abastecimento e o pilar de cuidado com as pessoas. Primeiro, a gente fez treinamento com toda nossa equipe de merchandising, para ter segurança, [usando] todos os equipamentos, recomendações. Segundo, foi a gente garantir o abastecimento, essa demanda repentina, por exemplo, como o papel higiênico. Do ponto de vista de estratégia, a gente trabalhou muito forte com merchandising para fazer experiência do shopper que está com receio de entrar na loja o mais rápido possível. Como a gente deixava produtos na frente da loja, exibia de maneira fácil, a gente fez tudo possível para deixar essa experiência mais fácil e o abastecimento superforte para todos os shoppers”, diz.
Após esse período, Silvio afirma que o on-line deve se tornar um canal ainda mais significativo para vendas de produtos tissue. “Eu não tenho a menor dúvida de que o canal on-line já era relevante, acho que agora teve um impulso, após esse período, acho que vai ser mais relevante ainda. A gente tem acompanhado muito de perto a evolução do mercado e-commerce, muita coisa tem melhorado até do ponto de vista de logística; a gente mais opções, conseguimos fazer fretes em período mais curto, há um custo mais razoável. Acho que a gente ainda tem obstáculos pela frente: a agenda tributária é ainda um obstáculo para o e-commerce no Brasil para que ele deslanche de forma mais intensa, mas as pesquisas mostram recentemente uma inclusão fenomenal de novos consumidores no espaço on-line, então, acho que o prognóstico é bem positivo”, defende.
Uma das mudanças mais significativas depois da pandemia serão os novos hábitos de higiene e limpeza, defende o diretor de trade marketing. “Eu acho que tem muita coisa nova acontecendo, você vê a categoria de lenço crescendo bastante durante essa pandemia. Tem alguns hábitos que potencialmente vão ficar após: a limpeza do lar em geral ganhou uma importância muito forte, então, existe uma oportunidade para ampliar realmente os usos dentro de casa e crescer essa categoria”, conclui Bruno.
Confira na íntegra o Talk Tissue com Silvio Veloso e Bruno Siqueira: