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Kimberly-Clark Brasil investe US$ 120 milhões em aumento de capacidade

A companhia pretende construir uma rede de fornecimento de matéria-prima cada vez mais local

A Kimberly-Clark, multinacional norte-americana de bens de consumo, está aumentando sua operação no Brasil, visando à consolidação do negócio como centro de inovação e principal ponto de exportação para o mercado latino-americano. De acordo com Gonzalo Uribe, presidente da K-C na América Latina, “até o fim do ano, todas as fábricas do país produzirão itens que serão exportados”.

A companhia tem investido no aumento da capacidade de produção, em equipamentos, instalação de novas tecnologias e na construção de uma rede de fornecimento de matéria-prima cada vez mais local. Os aportes iniciaram em 2020, somando US$ 120 milhões – um terço do montante foi aplicado este ano.

O mercado brasileiro possui uma das dez maiores operações da Kimberly-Clark no mundo, empregando 4 mil pessoas. Segundo Uribe, as vendas dos negócios no país cresceram dois dígitos no primeiro trimestre.

“O Brasil é o nosso mercado mais importante na América Latina. É um dos pilares de crescimento orgânico da companhia”, afirma o presidente. “No primeiro trimestre. as margens são mais baixas, mas elas começam a ter um senso de recuperação”, completa. Análises e dados apontam melhoria no custo dos produtos vendidos em 2023, após alta de 13% no primeiro trimestre deste ano, diz o executivo.

Uribe visitou o país pela primeira vez neste mês, para acompanhar os planos de fortalecimento da empresa, principalmente as mudanças na fábrica de Suzano (SP). Após investimentos, a planta passou a produzir 200 milhões de fraldas mensalmente, além de automatizar a produção de lenços umedecidos.

“Toda a nossa linha de produção está digitalizada, com dados a cada segundo de como a produção está indo, quanto material estamos consumindo, como estão nossos produtos em termos de qualidade”, explicou Uribe. A unidade abastece o mercado nacional, bem como países vizinhos, como Chile, Peru, Bolívia e Argentina.

As unidades de Mogi das Cruzes (SP) e Camaçari (BA) também vêm recebendo investimentos. A marca de absorventes Intimus, que tem alguns itens importados na Ásia, passará a ser produzida na fábrica baiana para atender o mercado interno, Chile e Peru, a princípio. A expectativa é que a produção seja destinada a todo o mercado latino-americano nos próximos anos.

O líder da gigante de bens de consumo na América Latina entende que o momento é de rearranjo da indústria global. “É uma oportunidade para o Brasil virar um mercado ainda mais exportador para a América Latina e o mundo inteiro. Há esse movimento também no México e na Colômbia. Acho que é uma tendência que os mercados na América Latina precisam aproveitar”.

O avanço na nacionalização de produtos da companhia também beneficia categorias impulsionadas pelos novos hábitos de consumo que vieram com a pandemia, como os panos de limpeza Scott Duramax. No início do segundo semestre, entra em operação em Mogi das Cruzes uma linha dedicada ao produto, substituindo a importação da Colômbia. A expectativa é que a produção nacional cresça 40% após o primeiro ano.

Ademais, o planejamento inclui o incremento do uso de matérias-primas locais, uma estratégia ainda mais importante após as quebras de cadeia global de suprimentos por causa da Covid-19. Quase todo os insumos são brasileiros ou importados por fornecedores brasileiros, segundo o executivo. “A verticalização e a produção local ficam mais importantes e necessárias, além de ser uma vantagem competitiva versus a importações”, diz, citando a oferta mais garantida de suprimentos e a redução dos custos de frete como uma das vantagens do processo.

Fonte
Valor Econômico
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