Executivos da Amicci destacam potencial de crescimento do mercado de marca própria no Brasil
Durante o Talk Tissue com Felipe Quintino, os executivos Antônio Sá e Antonio Neto avaliaram a participação das indústrias de tissue e personal care dentro do mercado de marca própria

Especialista em marca própria para o varejo no Brasil, a Amicci possui mais de 200 clientes e atua no desenvolvimento de algumas das principais varejistas do país. A empresa acredita que o crescimento desse segmento é algo previsto, embora ainda haja uma longa jornada a ser trilhada pelas indústrias de tissue e personal care.
“O mercado de marcas próprias do Brasil tem um potencial gigantesco e precisa ser feito, bem-feito, como vemos em países europeus, Estados Unidos e vários outros países. Para isso existe a Amicci, que é uma empresa de tecnologia que tem uma plataforma que faz essa conexão de todas as indústrias com os principais varejistas e distribuidores, para que tenha processo de criação de uma marca com muito valor, de uma forma bem-feita, com celeridade, para gerar bons negócios; negócios duradouros entre as indústrias e aqueles que são donos de marcas”, afirmou Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci, durante o Talk Tissue com Felipe Quintino.
De acordo com o executivo, existe uma diferença muito grande entre o mercado de marcas próprias brasileiro e o internacional. Em países como Suíça, Reino Unido e Espanha, em volume, mais de 50% das vendas são de produtos de marcas próprias, enquanto esse número no Brasil é de apenas 1,9% de participação. “Grande parte das maiores indústrias europeias são exatamente as indústrias que fazem marcas próprias. E elas são focadas nisso”, disse. “Os maiores vendedores das categorias são fabricantes de marca própria, com uma média na Europa de mais de 30% de participação; os Estados Unidos estão crescendo muito e já têm mais de 20% de participação no mercado e no Brasil, tudo pode crescer”, acrescentou.
Segundo o executivo, o país pode se beneficiar por ser um lugar que abriga muitas indústrias boas, portanto, “é natural que aconteça esse crescimento aqui. O Brasil vem evoluindo nos dados”, destacou.
Com as mudanças de mentalidade e comportamento em relação aos produtos de marcas próprias no Brasil, a indústria identificou que há um potencial de crescimento muito grande desse segmento. Assim, “o papel da Amicci é fomentar uma relação próspera de negócios, não apenas transacional e pontual. Essa mudança que estamos vendo torna o nosso mercado muito promissor no mercado de marcas próprias”, comentou Sá.
FRALDAS DE MARCA PRÓPRIA
“O mercado de fraldas de marca própria se transformou muito nos últimos 10, 15 anos. Diferente do de tissue, que já é um mercado que o varejo brasileiro entende há um tempo maior a importância dentro da marca própria de categoria, as fraldas tiveram uma transformação muito grande. O varejo brasileiro começou a entender que a fralda tem um papel superimportante de fidelização do consumidor por meio da marca própria”, completou Antonio Neto, head de operações da Amicci.
Nesse contexto, as fraldas de marca própria deixaram de exercer o papel de oferecer apenas melhores preços e passaram a ocupar um espaço cada vez mais forte nas linhas intermediárias, entrando também nas linhas premium. “Do lado da indústria, a gente vê um investimento muito alto em tecnologia. Hoje, no Brasil já tem grandes indústrias que investem muito em tecnologia para fazer marca própria e, com isso, abriu-se essa possibilidade”, ressaltou Neto. “Grandes players do varejo que entraram nesse segmento de fraldas, com foco no segmento premium, têm obtido bastante sucesso”, complementou.
Ainda segundo o executivo, o mercado de fraldas de marca própria no Brasil cresceu muito nos últimos dez anos e chegou a triplicar o seu tamanho, abrindo novas oportunidades voltadas para o varejo, com direcionamento do produto, bem como para as indústrias, que a utilizam como estratégia de desenvolvimento. “É realmente um mercado que cresce muito e tem muito mercado para crescer ainda no Brasil”, afirmou.
MARCAS PRÓPRIAS DE PAPEL TISSUE
Considerada uma categoria de produtos de marca própria mais madura que as fraldas, o segmento de tissue tem assumido um papel muito importante nesse sentido. “Hoje o varejo entende que toda essa linha de produtos de tissue cumpre um papel superimportante dentro da categoria”, disse Neto. Para ele, a fidelização de clientes é uma das questões mais importantes, pois “são produtos que estão no dia a dia do consumidor, então, ele visualizar a marca do varejo dentro da casa dele é algo que tem muito valor”, observou.
Desse modo, os produtos de tissue têm registrado performance de venda muito forte dentro da categoria. “De todos os clientes que a gente tem hoje de marca própria, os de papéis tissue assumem a liderança muito rápido ou ficam ali em segundo lugar, muito próximo do líder. O consumidor recebe muito bem a marca própria”, falou Neto.
Por meio da qualidade de seus produtos, que tem sido cada vez maior, o segmento de tissue também consegue rentabilizar sua categoria e ter uma participação expressiva no mercado, além de ajudar a diminuir a dependência do varejo de determinadas marcas. “A grande diferença de uma indústria que consegue obter sucesso e das que não obtêm sucesso é quando você coloca a marca própria como parte estratégica do seu negócio. A marca própria não pode ser apenas um produto que vai ocupar uma linha de produção que está ociosa”, concluiu.
Confira na íntegra o Talk Tissue com Antônio Sá, sócio-fundador, e Antonio Neto, head de operações da Amicci: