Conferência da Fastmarkets RISI discute tendências e desafios do setor de papel e celulose
O evento recebeu especialistas e executivos discutindo temas com foco nas indústrias de celulose, embalagens e tissue, além de painéis de debate

Nos dias 8, 9 e 10 de agosto, aconteceu a conferência latino-americana da Fastmarkets RISI, que reuniu players de diversos lugares do globo para discutir as tendências e os desafios do setor de papel e celulose para os próximos anos.
O tradicional evento do setor se destaca pela profundidade com que os temas são discutidos, com a participação de especialistas da própria Fastmarkets RISI trazendo dados de mercado para gerar novos insights. Neste ano, o evento foi realizado no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP), e contou com cerca de 220 participantes.
A programação deste ano incluiu especialistas e executivos discutindo temas com foco nas indústrias de celulose, embalagens e tissue, além de painéis de debate sobre os temas.
O CEO do Nexum Group, Felipe Quintino, presente no evento, falou sobre a importância de retomar o formato presencial da Fastmarkets RISI. “A conferência é muito importante para o setor e chama atenção por cobrir toda a cadeia produtiva do mercado de papel e celulose, trazendo a presença de players relevantes para o debate”, declarou.
PRINCIPAIS INSIGHTS
A economia da América Latina e os problemas políticos enfrentados na região, assim como a continuidade dos gargalos logísticos, foram pautas recorrentes para contextualizar os desafios que cada segmento ainda irá enfrentar diante de um cenário de incertezas.
“O cenário de curto prazo ainda está muito indefinido para celulose. Era esperada uma melhora no início do ano, o que não aconteceu, ainda há muitos riscos que podem impactar a cadeia”, observou Marina Faleiros, gerente editorial da Fastmarkets RISI para América Latina. Outro ponto mencionado é que não deve haver nenhum grande projeto nos próximos dois a três anos, em razão da falta de madeira e o custo elevado deste insumo no país.
Já no segmento de tissue, Marina destacou a entrada de máquinas junto aos produtores de celulose, por razões estratégicas. “No entanto, isso fará com que a utilização de capacidade do setor no país caia ainda mais. Virão anos desafiadores à frente, principalmente para os fabricantes não-integrados”, pontuou.
“Além da diferença de custos de produção entre fabricantes integrados e não-integrados, as indústrias de tissue também sofrem dificuldade com o repasse para o varejo – que vem ganhando força e consolidação, o que dificulta negociações a respeito de preço”, comentou Felipe Quintino. “Os fabricantes têm buscado alternativas, como o uso de aparas, e estratégias específicas para enfrentar mais um período de turbulência”, concluiu.
PRÊMIO CEO DO ANO

Outro destaque na programação foi o momento da entrega do Prêmio CEO do Ano na América Latina, em que Walter Schalka, presidente da Suzano, recebeu o troféu referente ao ano de 2020, quando foi premiado em cerimônia on-line, e o deste ano. Premiado pela sétima vez, o executivo dedicou o prêmio aos 37 mil colaboradores da gigante de celulose e falou sobre a importância da agenda verde para a companhia.