NotíciasTissue no Brasil

Com foco no mercado premium, Mili deve faturar R$ 2 bilhões neste ano

Com um investimento de R$ 100 milhões até 2023, a companhia pretende aumentar a produção dos itens apostando em qualidade

Maior fabricante 100% brasileira de tissue, a Mili quer se tornar referência em papel higiênico premium. Com um investimento de R$ 100 milhões previsto até 2023, a companhia pretende aumentar a produção dos itens com foco na qualidade.

O diretor técnico Daniel Signori conta que, no passado, a marca foi muito conectada ao papel reciclado e sofreu preconceito por ser “barata” – mas hoje isso mudou. “Nosso foco agora é construir uma marca de qualidade que mostre o cuidado com o consumidor”, diz. Além do papel higiênico, ele acredita que toalhas de cozinha e produtos de cuidados pessoais, como toalhas umedecidas, absorventes femininos toalha e hastes flexíveis, também deverão ganhar força.

Atenta às tendências e apostando em inovação, a Mili tem hoje mais de 150 itens em seu portfólio. Em 2020, a companhia traçou a meta de alcançar um faturamento superior a R$ 2 bilhões em 2024. No ano passado, fechou com R$ 1,8 bilhão e deve chegar a R$ 2 bilhões em 2022, adiantando o plano em dois anos. Em 2024, a fabricante deve atingir R$ 2,5 bilhões.

ESTRATÉGIA

Com o aumento dos preços da celulose e as dificuldades enfrentadas pelo setor de tissue nos últimos anos, a aposta no segmento premium é uma forma de ampliar as margens para a Mili. No entanto, a estratégia da fabricante também inclui outros segmentos: 40% das vendas hoje são compostas por produtos feitos com fibra virgem, como papel higiênico, toalha de cozinha e guardanapos; 30% por produtos de personal care, como fraldas e absorventes e 30% por produtos feitos com material reciclado. A ideia é manter essa proporção.

A frente de reciclados continua sendo importante para a companhia, que pretende investir na qualidade dos produtos e na comunicação com o consumidor. “Temos aqui um preconceito grande com fibra reciclada que não existe na Europa, por exemplo. Lá a toalha de cozinha reciclada é valorizada, pois tem uma pegada ecológica”, diz Daniel.

FORA DO PÁREO

O mercado brasileiro de papel tissue está movimentado com importantes aquisições. Em novembro do ano passado, a Softys, da CMPC, comprou a Carta Fabril, por R$ 1,14 bilhão. Em 2019, a chilena já havia adquirido a paranaense Sepac, por R$ 1,3 bilhão. Já a multinacional Kimberly-Clark, dona das marcas Neve e Kleenex, estuda a venda de seus ativos no Brasil.

Com três fábricas em funcionamento, 12 centros de distribuição e atendendo mais de 100 mil pontos de venda, a Mili não entrou no páreo para adquirir os ativos. Segundo Daniel, também não existem planos para vender a empresa neste momento. “As aquisições não estão no nosso plano de negócios. Estamos de olho no nosso crescimento orgânico”, conclui o executivo.

Fonte
Exame
Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo