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Bracell deve assumir a liderança do mercado de papel tissue em 2025

A companhia estima aumentar sua capacidade instalada no próximo ano com duas novas máquinas, alcançando um total de 360 mil toneladas de papel tissue

A Bracell, parte do grupo asiático Royal Golden Eagle (RGE), entrou recentemente no segmento de papel tissue – por meio da aquisição da OL Papéis e da sua nova fábrica de tissue – e já visa alcançar a liderança no mercado brasileiro. A companhia anunciou planos de ampliar em 50% a capacidade de sua megafábrica, localizada em Lençóis Paulista (SP).

O aporte inicial para a unidade foi de R$ 2,5 bilhões, com capacidade produtiva de 240 mil toneladas por ano com quatro máquinas, de 60 mil toneladas cada. Apesar de não ter anunciado o valor do novo investimento, que compreende duas novas máquinas de 60 mil toneladas de papel tissue, a empresa estima elevar sua capacidade instalada para 360 mil toneladas por ano.

Segundo avaliação do mercado, um projeto deste porte deve demandar desembolsos na ordem de R$ 1 bilhão, embora a estratégia inclua aproveitar a estrutura já construída e as utilidades da fábrica de celulose do grupo, ao lado da de tissue. “O mercado está em ebulição. Estamos muito confiantes com o Brasil”, afirmou Eduardo Aron, diretor-geral da empresa em entrevista ao Valor Econômico.

Atualmente, a unidade de Lençóis já é a maior instalação única do mundo para produção de papel tissue e, após a ampliação – que deve começar a ser executada em 2025 – as 120 mil toneladas por ano adicionais devem levar a empresa à liderança do mercado. A expectativa é de, além de produzir as marcas da companhia, a produção da unidade seja dedicada à fabricação de marcas próprias e à exportação de bobinas.

LÍDER NO MERCADO DE PAPEL TISSUE

A ambição da Bracell no mercado nacional é estar entre as líderes do segmento, com participação – em valor de vendas – entre 20% e 25%, em três ou quatro anos. De acordo com a Scanntech, até abril, a disputa pela posição no topo estava entre a Softys, com 19,8% (considerando também a fatia da Sepac); a Suzano, com 19,2%; e a Mili, com 19,1%; seguida pela Santher, com 12,3%.

Conforme Aron, a estratégia da Bracell está calcada em ter um portfólio completo em papel higiênico, de folha simples a folha tripla, com o lançamento, nesta semana, da marca Supra para concorrer no mercado de maior valor agregado (high-end), nas versões folha dupla e folha tripla. Para o executivo, em termos de preço, a empresa não planeja oferecer descontos agressivos para deslocar a concorrência. “Entramos no jogo normal da indústria”, afirmou.

Uma das vantagens da companhia é sua localização no estado de São Paulo, responsável pelo consumo de quase 50% de todo o papel tissue produzido no país; bem como sua produção integrada, com a planta de celulose ao lado da de tissue. Vamos atender com proximidade o cliente, atacando custos e garantindo qualidade de serviço”, indicou o diretor.

Hoje, apenas uma das quatro máquinas de papel tissue está em operação na nova fábrica da Bracell, com expectativa de acioná-las gradativamente até o final do próximo ano, evitando potencial desequilíbrio entre oferta e demanda. Na sequência, a empresa deve iniciar o projeto de expansão. Atualmente, a Bracell possui capacidade de 290 mil toneladas por ano no Brasil.

O mercado local, que cresce entre 3,5% e 4% ao ano e movimenta cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano, segue competitivo, mas a valorização da celulose trouxe pressão às margens.

OL PAPÉIS

A vice-líder regional OL Papéis possui capacidade de produção de 50 mil toneladas por ano, com operações em Feira de Santana (BA), São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE). A Bracell está investindo cerca de R$ 100 milhões para modernização operacional da companhia, incluindo uma nova máquina de conversão.

Após a aquisição, a Bracell manteve as marcas Familiar, de papel higiênico, e Absoluto, de papel toalha, e as mantém em seu portfólio nacional para disputar o mercado intermediário – grandes redes de varejo paulista já têm o produto em suas prateleiras. A OL é dona ainda da Velud, de papel higiênico, e das fraldas Fofura, mas a companhia não pretende trazer esse negócio para o Sudeste

ROYAL GOLDEN EAGLE

O Grupo RGE possui negócios diversificados e está entre os cinco maiores produtores globais de tissue. Neste ano, concluiu a compra da Vinda International, segunda maior produtora de papéis tissue da China, por US$ 3,5 bilhões. A primeira sinergia com a operação brasileira foi a adoção da tecnologia 3D e de cápsulas de ar entre as camadas de papel da linha Supra.

Após a aquisição, o grupo ainda anunciou novos investimentos no país.

Fonte
Valor Econômico
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