Venezuela define duas categorias de preços para produtos
Ainda
Venezuela – O anúncio foi feito durante a habitual intervenção presidencial no programa transmitido pela rádio e televisão “Em contacto com Maduro”.
“Vão mudar todos os mecanismos de cálculo do preço justo e decidi criar duas categorias para proteger o nosso povo, que devem ser aplicadas imediatamente (…) na base de um sistema de cálculo estrito, com 30% máximo de lucro”, disse Nicolás Maduro.
Segundo Nicolás Maduro, “dentro do Preço Máximo de Venda ao Público (PMVP) haverá uma categoria especial de proteção do cabaz básico (alimentar), dos serviços de saúde e dos serviços fundamentais (…) que será estabelecida de maneira executiva, única e exclusivamente pela Superintendência de Preços Justos”.
Para cada produto e serviço vai ser estabelecido o PMVP, “que deve ser afixado segundo uma nova metodologia e de maneira estrita, estabelecendo os custos reais de produção, de importação e de lucro básico” em todos os processos de distribuição e comercialização.
Nicolás Maduro acrescentou ainda a ativação do denominado Comando Nacional de Preços Justos, que terá 30 dias para adaptar-se a toda a economia nacional e estabelecer “novos mecanismos de proteção, junto com o povo e os conselhos comunais (associações de cidadãos)”.
O anúncio do estabelecimento de um sistema dual de preços ocorre numa ocasião em que os venezuelanos se queixam de dificuldades para conseguir um vários produtos, entre eles o açúcar, o óleo, o café, a margarina, o queijo, o arroz, o leite pasteurizado e o papel higiênico.
A população queixa-se dos preços elevados praticados pelo comércio, com efeitos na taxa de inflação, que segundo as previsões oficiais deverão rondar os 80% mas que alguns economistas alegam ser 180%, nos últimos 12 meses.
Os empresários atribuem as faltas de produtos e a alta de preços às dificuldades para fazerem as importações, devido ao sistema de controlo cambial que vigora no país desde 2003 e que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira.
Por seu lado, o governo venezuelano atribui a situação ao açambarcamento, ao contrabando para a Colômbia e a uma alegada “guerra económica” que visa derrubar o Presidente Nicolás Maduro.
A Venezuela tem marcadas eleições para dezembro.
jn.pt