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“Não consideramos no curto prazo um anúncio de um projeto ‘greenfield’ ou ‘brownfield’, consideramos sim um investimento em retrofit (modernização) para desgargalamento”, disse o presidente-executivo da companhia, Walter Schalka, em evento da consultoria do setor RISI nesta terça-feira.
Schalka defendeu um redesenho da indústria para melhorar a rentabilidade do setor, impedindo que fique à mercê do câmbio ou do fechamento de fábricas para a entrega de resultados, em um momento em que o crescimento da oferta de celulose tem ocorrido em ritmo superior ao do aumento da procura.
“Do lado da demanda, vemos queda gradual da procura pelo papel para imprimir e escrever. Do outro lado, da oferta, tínhamos uma expectativa de fechamento de capacidade. Isso vai acontecer em ritmo menor que o esperado”, afirmou.
Segundo o executivo, novos fechamentos só devem ocorrer quando o preço do insumo ficar abaixo do custo caixa de produção. Nesse cenário, as possibilidades de aumentos de preços ficam reduzidas, o que se soma aos descontos maiores a clientes que vêm sendo dados ao longo do tempo.
Para ele, um redesenho da indústria poderia disciplinar a capacidade do setor e melhorar a rentabilidade. Uma alternativa seriam fusões e aquisições, mas, segundo o executivo, existem outras. “A indústria deveria ser mais colaborativa. A corrida por capacidade acabou gerando retornos inadequados”, afirmou.
“Fusões ou aquisições são um dos caminhos que podemos seguir e para o qual estamos nos preparando gradativamente, mas há outros caminhos”, disse, sem detalhá-los.
Segundo Schalka, a Suzano também tem investido em melhoras na competitividade e emnegócios adjacentes para transformar seu modelo de negócio, como o projeto de celulose tipo fluff, melhoramento genético e no recém-anunciado projeto de lignina. Em dezembro de 2013, a Suzano inaugurou fábrica no Maranhão.
Já a Klabin espera abrir em março o Projeto Puma, sua primeira fábrica de celulose.
Em maio, Klabin e Fibria anunciaram acordo em que a Klabin fornecerá pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose de fibra curta para a Fibria, com início da operação previsto para 2016. O acordo já foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Fibria anunciou em maio investimento de 7,7 bilhões de reais na ampliação de sua capacidade de produção de celulose no Mato Grosso do Sul.
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