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O acordo envolve 45 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas em áreas arrendadas no Pará e outros 95 mil hectares de mata nativa que até então estavam sob tutela da Vale e deverão ser preservados pela Suzano, afirmou o presidente da companhia, Walter Shalcka, nesta quarta-feira. As terras das áreas não estão incluídas na operação.
O fundo é controlado por Vale, BNDES Participações e pelos fundos de pensão da Caixa (Funcef) e da Petrobras (Petros). A Vale informou que receberá um total de 205 milhões de reais com a venda de sua participação no fundo.
Segundo Shalcka, o acordo permitirá à Suzano melhorar a alavancagem depois que a dívida líquida da companhia encerrou o primeiro trimestre em 4,6 vezes a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
Isso ocorrerá uma vez que a operação alongará de uma média de três para um total médio de 12 anos o pagamento que a empresa terá que fazer para comprar a madeira plantada pelo fundo e que vai abastecer a fábrica de celulose da empresa no Maranhão. Em termos de custo da madeira, pouca coisa muda, disse o Schalka a analistas e jornalistas.
“O objetivo claro é acelerar o processo de desalavancagem. (A aquisição da Vale Florestar) é mais uma etapa nesse processo”, afirmou o executivo.
Até a compra do fundo, a Suzano mantinha desde julho de 2009 acordos para aquisição de madeira das áreas. Segundo Shalcka, haverá dois ciclos de colheita com 2 milhões de metros cúbicos de madeira previstos para o primeiro ciclo.
A Suzano pagará pelos ativos um montante inicial de cerca de 45 milhões de reais e o saldo será quitado em parcelas anuais durante 10 a 15 anos, com a primeira vencendo um ano após a data de conclusão do acordo.
Antes do acordo, a Suzano teria que pagar pela madeira de todo o ciclo pouco após a colheita, em vez das parcelas anuais acertadas na aquisição.
Às 11h23, as ações da Suzano exibiam queda de 1,4 por cento, enquanto o Ibovespa tinha recuo de 0,7 por cento.
Schalka afirmou que após o acordo, a Suzano terá garantido 70 por cento de madeira própria para abastecer sua recém construída fábrica de celulose no Maranhão, com o restante vindo de terceiros.
Ele evitou fazer comentários sobre eventuais novas aquisições de florestas, mas afirmou que a Suzano quer reduzir a distância média de transporte de madeira e que isso se dará por fatores incluindo operações de aquisição, venda de ativos ou troca.
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