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Suzano amplia geração para venda de excedente

Desde meados do ano passado, na esteira da elevação dos custos da energia elétrica no país, a Suzano Papel e Celulose debruçou-se sobre suas fábricas com o objetivo de mapear, ao mesmo tempo, oportunidades de redução de consumo e de ampliação da cogeração de energia. Os primeiros resultados do programa de eficiência energética já foram capturados em 2014 e, neste ano, podem ser ainda maiores, diante da implementação de medidas que resultarão em um excedente de cerca de 20 megawatts (MW) para venda a terceiros.

suzano

Em uma conta rápida, considerando-se o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) em R$ 380 por MWh – a Agência Nacional de Energia Elétrica estabeleceu o teto em R$ 388,04 por MWh – e o excedente previsto, a Suzano poderia obter receitas de R$ 5,5 milhões por mês (mais de R$ 65 milhões por ano) com a venda de energia em 2015, sem considerar tarifas ou a taxa de transmissão. Para se ter uma ideia da evolução nessa conta, em janeiro do ano passado, a empresa era deficitária em cerca de 80 MWh, que tinham de ser contratados. No fim do ano, a exportação de energia já equivalia a seu consumo, com déficit zero nesse balanço.

A Suzano não divulga o valor dos investimentos nos projetos de eficiência energética nem fornece projeções da receita potencial com a venda de energia renovável ou da economia gerada pelas medidas que foram implementadas em praticamente todas as suas unidades fabris. Mas reconhece que o retorno dos projetos é “relativamente rápido”, com gastos que não são considerados elevados.

De acordo com o diretor de Projetos de Inovação da companhia, Adriano Canela, nas fábricas de Limeira e Suzano, ambas no Estado de São Paulo e onde há também produção de papel, o foco foi reduzir o consumo de energia. “Em Limeira, fizemos ajustes mais pontuais, mas estamos analisando, agora, a viabilidade de um projeto de paralelismo das linhas”, contou o executivo.

Na unidade de Suzano, cujo parque é mais antigo, a companhia está trabalhando justamente no paralelismo da fábrica com a rede de transmissão local, que deve estar operacional em maio. Essa iniciativa vai reduzir a compra de energia em 4 MW. “Esses 4 MW passam a ser gerados [no processo produtivo de celulose] porque a fábrica se torna mais eficiente”, explica. Além disso, a troca de motores mais antigos e em uso resultaram em economia de 1 MW, resultando em ganho consolidado de 5 MW.

Na fábrica de Mucuri (BA), que no início de 2014 comprava entre 5 MW e 8 MW da Coelba e hoje é exportadora de energia, a Suzano verificou todo o sistema elétrico, com o intuito de ampliar a cogeração de energia. Além de promover adequações no sistema elétrico e apostar também no paralelismo, a companhia modernizou a caldeira e hoje a unidade está apta a colocar 20 MW na rede. “Há possibilidade de esse número ser maior até o fim do ano e a Coelba pode receber mais do que isso”, afirmou Canela. Neste momento, a Suzano avalia a implementação da segunda fase do programa em Mucuri, que vai depender da viabilidade técnica e econômica das novas medidas.

Já na fábrica de Imperatriz (MA), que entrou em operação em dezembro de 2013, o foco até o fim do ano passado estava no início da produção de celulose e consolidação da nova unidade fabril. “Agora, passamos a olhar também oportunidades de eficiência energética”, acrescentou Canela. A fábrica, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose de eucalipto, pode gerar até 100 MWh de energia excedente.

Valor Econômico

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