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Em uma conta rápida, considerando-se o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) em R$ 380 por MWh – a Agência Nacional de Energia Elétrica estabeleceu o teto em R$ 388,04 por MWh – e o excedente previsto, a Suzano poderia obter receitas de R$ 5,5 milhões por mês (mais de R$ 65 milhões por ano) com a venda de energia em 2015, sem considerar tarifas ou a taxa de transmissão. Para se ter uma ideia da evolução nessa conta, em janeiro do ano passado, a empresa era deficitária em cerca de 80 MWh, que tinham de ser contratados. No fim do ano, a exportação de energia já equivalia a seu consumo, com déficit zero nesse balanço.
A Suzano não divulga o valor dos investimentos nos projetos de eficiência energética nem fornece projeções da receita potencial com a venda de energia renovável ou da economia gerada pelas medidas que foram implementadas em praticamente todas as suas unidades fabris. Mas reconhece que o retorno dos projetos é “relativamente rápido”, com gastos que não são considerados elevados.
De acordo com o diretor de Projetos de Inovação da companhia, Adriano Canela, nas fábricas de Limeira e Suzano, ambas no Estado de São Paulo e onde há também produção de papel, o foco foi reduzir o consumo de energia. “Em Limeira, fizemos ajustes mais pontuais, mas estamos analisando, agora, a viabilidade de um projeto de paralelismo das linhas”, contou o executivo.
Na unidade de Suzano, cujo parque é mais antigo, a companhia está trabalhando justamente no paralelismo da fábrica com a rede de transmissão local, que deve estar operacional em maio. Essa iniciativa vai reduzir a compra de energia em 4 MW. “Esses 4 MW passam a ser gerados [no processo produtivo de celulose] porque a fábrica se torna mais eficiente”, explica. Além disso, a troca de motores mais antigos e em uso resultaram em economia de 1 MW, resultando em ganho consolidado de 5 MW.
Na fábrica de Mucuri (BA), que no início de 2014 comprava entre 5 MW e 8 MW da Coelba e hoje é exportadora de energia, a Suzano verificou todo o sistema elétrico, com o intuito de ampliar a cogeração de energia. Além de promover adequações no sistema elétrico e apostar também no paralelismo, a companhia modernizou a caldeira e hoje a unidade está apta a colocar 20 MW na rede. “Há possibilidade de esse número ser maior até o fim do ano e a Coelba pode receber mais do que isso”, afirmou Canela. Neste momento, a Suzano avalia a implementação da segunda fase do programa em Mucuri, que vai depender da viabilidade técnica e econômica das novas medidas.
Já na fábrica de Imperatriz (MA), que entrou em operação em dezembro de 2013, o foco até o fim do ano passado estava no início da produção de celulose e consolidação da nova unidade fabril. “Agora, passamos a olhar também oportunidades de eficiência energética”, acrescentou Canela. A fábrica, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose de eucalipto, pode gerar até 100 MWh de energia excedente.
Valor Econômico