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Produção da Cenibra em xeque

Contaminação do rio Doce pelo rompimento das barragens da Samarco inviabiliza operações

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A Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), instalada em Belo Oriente (Vale do Rio Doce), paralisou sua produção em virtude da contaminação do rio Doce – de onde a companhia capta água – pela lama e detritos liberados pelo rompimento das barragens de rejeitos da Samarco Mineração, em Mariana (região Central). Não há previsão de quanto a companhia retomará suas atividades mas o prejuízo já é dado como certo pelo presidente da empresa, Paulo Eduardo Rocha Brant.

cenibraEle explicou que a produção está parada desde o último dia 14, nove dias depois do acidente com as barragens da Samarco, no dia 5 passado. “Não temos previsão de quando retomaremos a produção e é claro que isso vai gerar prejuízos”, disse Brant, sem revelar mais detalhes. A planta da Cenibra fica a cerca de 180 quilômetros da Capital e a 160 quilômetros de Mariana, em ambos os casos se a distância for considerada em linha reta entre as duas cidades comparadas.

A paralisação da produção pode atrapalhar também o desempenho operacional da companhia, porque este ano a Cenibra já havia feito uma parada de segurança maior que o normal para verificar os equipamentos e maquinário. Por isso, a empresa já previa um volume de produção em torno de 30 mil a 35 mil toneladas a menos em 2015 do que em 2014.

Na mesma direção, se a paralisação persistir, o resultado financeiro da companhia também pode ser impactado. Embora a valorização do dólar frente ao real deva alavancar o faturamento da empresa neste ano, quando contabilizado em real, uma vez que 95% da produção são exportados, a suspensão das atividades e a produção menor pode trazer o desempenho para baixo.

Por outro lado, analistas avaliam que a interrupção do fornecimento de celulose pela Cenibra pode ser favorável à sustentação dos preços do produto no mercado mundial. Segundo afirmou Brant recentemente ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o preço médio da celulose da Cenibra, em dólares, com seus clientes também aumentou em torno de 5% em 2015 frente 2014 .

Ranking – A Cenibra é um dos maiores exportadores do Estado e, de acordo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), ocupa atualmente a sétima posição doranking entre as empresas instaladas em Minas que mais vendem para o exterior, com uma participação de 2,5% nos embarques totais do Estado até outubro. A celulose, por sua vez, é o sétimo produto da pauta de exportações estadual.

As remessas de celulose da Cenibra ao exterior geraram uma receita de US$ 476,6 milhões no acumulado do ano até outubro contra US$ 470,8 milhões nos mesmos meses de 2014, um crescimento de 1,2%, conforme informações do Mdic. m termos de volume, a companhia exportou 9,6 mil toneladas a mais, na mesma comparação. Estima-se que a produção da Cenibra representa em torno de 4% do mercado global de celulose de fibra curta, segmento do qual o Brasil é líder.

diariodocomercio.com.br

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