P&G anuncia resultados do quarto trimestre e do ano fiscal de 2025
Empresa encerrou o ano fiscal de 2025 com alta no lucro e estabilidade nas vendas e aposta em inovação e valor agregado para impulsionar marcas de tissue diante de cenário econômico desafiador
A Procter & Gamble (P&G) encerrou o ano fiscal de 2025, finalizado em 30 de junho, com lucro líquido de US$ 6,51 por ação, uma alta de 8% em relação ao ano anterior. O lucro por ação ajustado também cresceu, atingindo US$ 6,83 – um avanço de 4%. A receita líquida anual totalizou US$ 84,3 bilhões, permanecendo estável frente a 2024, enquanto as vendas orgânicas – que excluem variações cambiais, aquisições e desinvestimentos – subiram 2%, impulsionadas por aumento de preços e mix favorável.
No quarto trimestre, a empresa registrou desempenho sólido, com receita de US$ 20,9 bilhões e lucro por ação de US$ 1,48 – ambos acima das expectativas de mercado. O fluxo de caixa operacional do ano foi de US$ 17,8 bilhões, com US$ 16,4 bilhões retornados aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações.
SEGMENTO DE TISSUE
Entre as categorias que sustentaram os resultados da companhia, o segmento de tissue se destacou pela resiliência, mesmo diante de um cenário global mais cauteloso. Marcas como Charmin, de papel higiênico, e Bounty, de toalhas de papel, seguem como referências em seus mercados e foram reforçadas por estratégias de agregação de valor e diferenciação de produto.
De acordo com a P&G, os consumidores nos EUA e na Europa Ocidental estão adotando um comportamento mais racional de compra, priorizando o uso dos estoques domésticos e comparando preços com mais frequência. Diante disso, a companhia tem apostado em inovações que agreguem valor perceptível, como maior absorção, resistência e rendimento, elementos que justificam os preços praticados e ajudam a sustentar a competitividade das marcas premium da empresa.
Como resposta aos custos adicionais, estimados em US$ 1 bilhão, decorrentes de novas tarifas sobre produtos importados, a empresa anunciou que cerca de 25% do portfólio nos Estados Unidos sofrerá reajustes de preços médios em dígito médio a partir de agosto. No segmento de tissue, esses ajustes virão acompanhados de aprimoramentos técnicos e de comunicação, com foco em evidenciar os diferenciais dos produtos junto ao consumidor final.
Apesar da desaceleração de volumes em algumas regiões, a categoria de tissue manteve participação de mercado estável, especialmente em canais como clubes de compras e grandes redes de varejo. A P&G também destacou que a elasticidade-preço na categoria tem sido mais favorável do que o esperado, reforçando a eficácia das estratégias adotadas.
Para o ano fiscal de 2026, a companhia projeta crescimento orgânico entre 0% e 4%, com foco em produtividade, inovação e reposicionamento de marcas com menor rentabilidade. Parte desse plano inclui a possível descontinuação de formatos e linhas de produtos considerados não estratégicos, inclusive no portfólio de tissue.



















