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Para a Fibria, crise climática gera oportunidades

A decisão da Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, de em 2025 estar produzindo 50% a mais do que em 2010 ilustra que investimento compatível com o combate à mudança climática compensa.

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Com essa mensagem, José Luciano Penido, presidente do Conselho de Administração da Fibria, avisou que a competição “vai subir para todo mundo, pois se a empresa líder fala que vai ter produção maior é sinal de que vai ter custos menores”.

“A convicção das empresas é de que a correta gestão estratégica para estar adaptado às mudanças climáticas aumenta a competitividade, aumenta nossa aceitabilidade e a preferência dos mercados”, disse em entrevista ao site Valor Econômico.

Penido foi até agora o principal executivo brasileiro a falar em evento na Conferência do Clima, também como representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne empresas do setor agrícola, sucroalcooleiro e florestal e ONGs.

Num debate, Penido insistiu que as mudanças climáticas geram muito mais oportunidades do que ameaças ou custos para o setor privado. Segundo ele, o agronegócio brasileiro é parte da solução, e não dos problemas. Por isso, as empresas “vão fazer suas ações estratégicas independentemente de governos e acelerar ainda mais quando houver o mercado de carbono”.

Ele estima que, quando o governo definiu os limites no volume de emissões, na prática sugeriu que só será possível as empresas emitirem certa quantidade de carbono e indiretamente sinalizou que vai introduzir um mercado de carbono no país, para as companhias poluidoras pagarem mais.

“Não é que vai gerar custo adicional, simplesmente vai desestimular a velha economia de muito carbono para puxar para as atividades mais verdes”, disse. Ele estima que os recursos irão não para o caixa do governo e sim para um fundo visando estimular a produção de energia renovável, a restauração de florestas etc.

Do lado das empresas de biocombustíveis, florestais e da agricultura isso é muito positivo “porque somos sequestradores líquidos de carbono”.

Na mesma linha, Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), disse que o setor privado está mesmo disposto a fazer mais, mas espera regras claras do governo e o que pode sair da conferência em Paris.

Em Paris, o presidente da Fibria estimou que a situação atual da companhia é tão boa que fica um “pouco constrangido” de dizer que a companhia não tem problemas. A Fibria em 2016 estará operando a plena capacidade e expandirá a fábrica de Três Lagoas (MS). A empresa também dará partida no fim de 2016 à comercialização da produção de celulose da Klabin. A parte para exportação será comprada pela Fibria e revendida no mercado internacional.

Valor Econômico

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