A celulose é um dos principais insumos para a fabricação de papéis. Trata-se de um carboidrato do tipo polissacarídeo comum na natureza. Principal massa celular estrutural das plantas, a celulose foi descoberta em 1838 pelo químico francês Anselme Payen, que determinou sua fórmula química (C6H10O5)n.
A celulose consiste em até 50% da composição da madeira. Por ser uma estrutura encontrada em abundância em espécies como eucaliptos e pinheiros, é muito utilizada como matéria-prima em produtos do cotidiano, principalmente, papel.
Quimicamente falando, ela é formada por monômeros de glicose, entre 15 a 15.000, unidos por ligações glicosídicas. Assim, é considerada um polímero de glicose. A celulose se diferencia por ser um carboidrato insolúvel e resistente a várias reações químicas. Além disso, é o principal componente da parede celular da célula vegetal, o que confere rigidez para as plantas.
APLICAÇÕES DA CELULOSE
Industrialmente, a celulose é processada para produção de papéis e fibras. Em virtude da qualidade das fibras presentes na madeira, as principais espécies vegetais utilizadas para a extração de celulose são:
- O eucalipto (fibra curta, usada principalmente para a fabricação de papel tissue);
- O pinheiro (pínus) (fibra longa, usada principalmente para a fabricação de papel de embalagem).
Para que as espécies sejam exploradas com essa finalidade, existem muitas florestas plantadas para servir de matéria-prima na produção do papel, uma atividade de grande relevância econômica no Brasil. Além de papel, ela pode ser usada na fabricação de produtos de personal care, como fraldas descartáveis e absorventes, dentre uma grande infinidade de itens.
TIPOS DE CELULOSE
· Celulose de fibra curta: A celulose de fibra curta, produzida a partir da madeira de eucalipto, é a solução ideal para o segmento tissue, fabricando papel higiênico, lenços faciais, guardanapos, etc. Além disso, pode ser usada na produção de papéis de imprimir e escrever, papel cartão, embalagens e papéis especiais, pois garante resistência à tração e ao estouro, maciez, resistência a passagem de ar, opacidade e printabilidade. É a mais usada no Brasil, tendo boa formação e distribuição de fibras.
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· Celulose de fibra longa: A celulose de fibra longa é feita a base de pínus, especialmente para a produção de embalagens e papéis especiais, como filtros e produtos de fibrocimento. Também pode ser usada no segmento tissue, produzindo papel higiênico, toalhas e guardanapos. Tem como principais características: resistência, absorção, volume específico e porosidade.
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· Celulose fluff: Fabricada a partir da fibra longa de pínus, pode ser utilizada em produtos de higiene pessoal (personal care), tais como: absorvente feminino e de incontinência, fralda infantil e adulta, protetor diário, lenço umedecido, entre outros. Tem como características: baixa energia de desfibramento, alta capacidade e velocidade de absorção, retenção de líquido e uniformidade.
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PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CELULOSE
Para ser usada pela indústria, a celulose passa por uma série de processos, divididos nas seguintes etapas: florestal, preparação da madeira, obtenção de celulose, secagem e acabamento.
O processo ocorre da seguinte maneira: a madeira extraída é descascada e picada para então ser cozida na água e agentes químicos, resultando em uma polpa.
Em seguida, essa polpa passa por um processo de lavagem, no qual são extraídas as impurezas. Após um tempo em repouso, tem início a etapa de branqueamento, na qual a celulose torna-se mais pura.
Nesse momento, a polpa obtida é distribuída em uma mesa e se transforma em uma grande folha, pronta para a secagem e prensagem. Por fim, o material pode ser cortado, empacotado e transportado.
LINHA DO TEMPO
- O químico francês Anselme Payen descobriu e isolou a celulose em 1838, determinando também sua fórmula química.
- Em 1870, a celuloide, o primeiro polímero termoplástico, foi produzido pela Hyatt Manufacturing Company usando celulose.
- A partir de então, a celulose foi usada para produzir rayon (tecido de fibra celulósica) na década de 1890 e celofane em 1912.
- Hermann Staudinger determinou a estrutura química da celulose em 1920.
- Em 1992, Kobayashi e Shoda sintetizaram celulose sem usar enzimas biológicas.