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Mercado de embalagens enfrenta desafios para atender demanda

O segmento foi impactado negativamente com a elevação de custo das aparas, o impacto do câmbio sobre insumos e peças de reposição, além da redução da reciclagem

O mercado de embalagens está enfrentando problemas como deficiência no fornecimento e aumento significativo de preços. No caso das embalagens de papelão ondulado, existem diversas razões que justificam essa elevação. O setor foi impactado pela pandemia – em abril e maio, registrou desempenho inferior ao registrado nos mesmos meses de 2019. No entanto, com exceção desse bimestre, os demais tiveram resultados positivos. A expedição de caixas e chapas de papelão ondulado subiu 3,7% na comparação entre os oito primeiros meses de 2019 e 2020.

Porém, há um desafio nesse mercado, já que ele não trabalha com estoque e a produção é realizada sob encomenda. Desde junho, quando começou a recuperação, estão sendo registrados recordes mensais no setor. A Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) espera que esse cenário permaneça até o fim do ano.

Gabriella Michelucci, presidente da ABPO, disse, em entrevista à Gazeta do Povo, que o segmento foi impactado negativamente com a elevação de custo das aparas, o impacto do câmbio sobre insumos e peças de reposição, além da redução da reciclagem, devido às mudanças no trabalho das cooperativas, catadores de papel e coleta seletiva. “O setor trabalha para recuperar a coleta no mesmo nível pré-pandemia e atender a demanda. A redução de ofertas de aparas acabou gerando aumento de preço, desde a retomada, em função do alto consumo”, explicou. Segundo a entidade, no Brasil, o uso de papel reciclado na produção do papelão ondulado chega a mais de 70% do total produzido.

Essa rápida mudança no padrão de consumo fez com que a indústria do papel ondulado estendesse os prazos de entrega. Antes, Gabriella explica que grande parte da indústria operava com prazos de sete a 30 dias, que agora vão até 60 dias. Há a previsão de uma regularização nas entregas de médio a longo prazo. “A depender de como seguirá a economia, principalmente em função do término do auxílio emergencial”, observa.

No entanto, há exceções. Algumas empresas do segmento de embalagens estão repassando alta de 70% no preço. Por outro lado, algumas preferem deixar o preço em aberto quando se trata de pedido programado para mais de 30 dias de entrega.

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