Klabin pretende ser “a grande empresa de e-commerce no mercado de papel”
A produtora de papel para embalagens desenvolveu uma estratégia para reforçar suas vendas no comércio eletrônico

A Klabin, produtora de papel para embalagens, desenvolveu uma estratégia para reforçar suas vendas no comércio eletrônico, já que a pandemia da Covid-19 tem acelerado a migração das compras físicas para o ambiente on-line.
Recentemente, a companhia completou um ano de operação de um marketplace criado com fornecedores de soluções de embalagens que usam papel da Klabin. Além disso, está realizando parceria com uma fabricante europeia de equipamentos a fim de levar serviço de individualização de embalagens para clientes.
“Hoje, tem muita perda de eficiência com embalagens inadequadas, muito grandes para o produto vendido, por exemplo. Isso cria necessidade de fazer embalagens individuais conforme os pedidos recebidos, permitindo otimização na logística”, comentou o diretor de embalagens da Klabin, Douglas Dalmasi.
A parceria, que faz parte da estratégia chamada E-Klabin, foi estabelecida com a Panotec, fabricante italiana de equipamentos para embalagens sob demanda. Com isso, os clientes da Klabin podem, por exemplo, receber uma das máquinas de embalagens da italiana em suas instalações pagando pela locação do equipamento. As chapas de papelão são fornecidas pela companhia brasileira.
De acordo com Dalmasi, a participação do e-commerce no total do varejo nacional deve ter subido de 4%, antes da pandemia, para aproximadamente 10%. Já o número de embalagens da Klabin para o comércio eletrônico deve ter atingido de 2% a 2,5% do volume unitário produzido, número que deve continuar avançando. Em 2018, ano em que a empresa começou a apostar mais intensamente no varejo on-line, a participação era 1% do volume vendido.
Um exemplo são as vendas de embalagens da Klabin para o Mercado Livre – um dos maiores sites de comércio eletrônico da América Latina –, que hoje estão em 1 milhão de unidades por mês. Em 2017, o volume inicial acordado foi de 100 mil unidades mensais. A empresa também tem, entre os clientes, a Amazon.
Apesar da crise econômica em virtude da pandemia, Dalmasi diz que os preparativos do varejo para a BlackFriday e as vendas no final do ano apontam para expectativas elevadas. “Ainda continuam fortes os pedidos (de embalagens) no terceiro trimestre… E através das conversas que temos com clientes, a Black Friday vai ser forte”, falou. Só para a Black Friday, o volume de embalagens da Klabin para o Mercado Livre, por exemplo, deve subir para 1,5 milhão de unidades e a empresa espera que esse patamar se mantenha nos próximos meses.
De acordo com o executivo, enquanto as vendas de embalagens tiveram queda em abril e maio, em junho, houve retomada mesmo nos setores mais impactados na pandemia. “Percebemos uma repetição desse crescimento em julho. E a entrada de pedidos continua forte em agosto”, contou.
Entre o ano passado e 2020, o investimento da companhia em iniciativas voltadas à E-Klabin totaliza R$ 15 milhões. O grupo espera ver aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), até o final do terceiro trimestre, a compra dos ativos de produção de papel para embalagem da International Paper no Brasil, na qual investiu R$ 330 milhões de reais.
Essa aquisição, na visão do diretor de embalagens, dará à companhia maior acesso ao mercado do Centro-Oeste e adicionará mais flexibilidade às operações para acompanhar a dinâmica do comércio eletrônico. “Vamos investir no que tivermos que fazer para sermos a grande empresa de e-commerce no mercado de papel”, finalizou.