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Klabin: Maior venda doméstica de celulose é estratégia comercial

No primeiro trimestre, o mercado interno representou 55% das vendas de 849 mil toneladas

O diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, Marcos Ivo, disse, nessa terça-feira, 5, que a maior participação do mercado doméstico nas vendas da companhia no primeiro trimestre foi puxada pelos negócios de celulose e cartões.

No caso da fibra de celulose, as vendas internas superiores refletem a estratégia comercial adotada após o encerramento do acordo de comercialização com a Suzano, acrescentou.

No primeiro trimestre, o mercado interno representou 55% das vendas de 849 mil toneladas, contra 52% um ano antes e 51% no quarto trimestre.

No negócio de celulose, especificamente, o mercado doméstico representou 38% do volume total das vendas de fibra. “A evolução é parte da estratégia de distribuição após termino do acordo de fornecimento com Suzano”, comentou Ivo, em teleconferência com analistas.

Segundo o executivo, a unidade Puma segue produzindo celulose acima da capacidade nominal, com 1,542 milhão de toneladas em 12 meses.

MERCADO EXTERNO

José Soares, diretor comercial de celulose, informou que a Klabin concluiu em abril a implementação do aumento de US$ 20 por tonelada para a celulose de fibra curta no mercado chinês, anunciado em fevereiro.

Para acompanhar o movimento de outros produtores que anunciaram reajuste de US$ 30 por tonelada em abril, a empresa está buscando mais US$ 10 por tonelada junto a determinados clientes.

“A Klabin fez um anúncio de aumento de US$ 20 por tonelada na China porque, naquele momento, viu um aumento forte da demanda. Até o fim de março, implementamos boa parte e completamos esses US$ 20 em abril”, comentou com analistas.

Com o anúncio dos demais produtores, acrescentou, há espaço junto a alguns clientes de menor porte para buscar o adicional de US$ 10 por tonelada, embora o cenário seja um pouco mais difícil por causa dos efeitos da Covid-19.

Conforme o executivo, em maio, o preço da celulose vendida pela Klabin na China deve ficar em US$ 480 por tonelada.

Soares afirmou, ainda, que a empresa não fez anúncio oficial de reajuste de preços na Europa e na América do Norte, como fizeram outros produtores, para maio.

“Estamos acompanhando o mercado e os níveis de estoque. Se houver oportunidade, vamos implementar, embora a maior parte das vendas na Europa sejam contratadas com base no índice de preços PIX Foex”, explicou.

POSIÇÃO DE LIQUIDEZ

O diretor financeiro e de relações com investidores também disse que a Klabin mantém uma posição robusta de liquidez e, neste momento, não vê necessidade de adoção de um plano de contingência ou de revisão dos investimentos projetados para 2020.

A companhia está investindo R$ 9,1 bilhões no projeto Puma II, com desembolsos elevados nos próximos três anos.

Marcos Ivo afirmou que, nos próximos três anos, as dívidas a vencer somam cerca de R$ 1 bilhão por ano, frente a uma posição de caixa de R$ 9,8 bilhões, e, nos diferentes cenários testados, não há indicação de risco de liquidez.

A Klabin não tem compromissos atrelados a endividamentos relativos a alavancagem financeira, destacou. “Então, enxergamos com bastante conforto a nossa posição, mesmo em um cenário de preços pior do que a média vista pelos analistas”.

A empresa encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 20,4 bilhões, com crescimento explicado principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar.

Questionado sobre a possibilidade de adiar desembolsos relativos ao projeto de expansão, o executivo afirmou que a Klabin é geradora de caixa em qualquer cenário, mesmo com os dispêndios relativos ao projeto e, portanto, não vê necessidade de mudança no cronograma.

A companhia mantém o orçamento de investimentos de R$ 3,8 bilhões no projeto Puma II neste ano e R$ 900 milhões no restante da operação, totalizando R$ 4,7 bilhões.


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