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Joint venture entre Suzano e Kimberly-Clark não impactará volume de celulose no mercado, afirma executivo

Pressão de custos na Europa e na América do Norte tem indicado uma tendência de desverticalização em fábricas de celulose, movimento oportuno para a celulose da Suzano

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, e a Kimberly-Clark, líder global em produtos de higiene e cuidado pessoal, formaram, este ano, uma joint venture global no mercado de tissue, com operação em mais de 70 países e investimento de US$ 1,734 bilhão.    

Como importante fornecedora de celulose para a cadeia, a Suzano está acompanhando um movimento oportuno de desverticalização de fábricas na Europa e América do Norte, resultante de altos custos operacionais. “Temos falado com três a quatro fabricantes para passar de um modelo verticalizado para integrado com a Suzano, mas não tem nada efetivo. Se acontecer, tiraremos volume de mercados com menor rentabilidade para atender a esses clientes”, disse Leonardo Grimaldi, vice-presidente executivo de comercial e logística de celulose, em coletiva com jornalistas. 

Diante desse cenário, Grimaldi reforçou a joint venture não impactará os volumes de celulose que a companhia vende para o mercado. “O contrato com a KC precede a JV. Eles continuarão sendo um cliente relevante, não havendo qualquer impacto no volume de celulose de mercado”, disse. 

Paralelamente, esse contexto pode abrir novas oportunidades de negócio para a companhia, já que unidades que antes produziam sua própria matéria-prima poderiam passar a comprar celulose da Suzano. . 

Ainda segundo a empresa, 15% da produção global de celulose de fibra curta opera atualmente com margens negativas, percentual ainda maior na fibra longa. Nesse contexto, Grimaldi classificou o nível atual de preços como “insustentável” e prevê um aumento de fechamentos definitivos ou paradas não programadas para manutenção no segundo semestre. 

Mesmo em um cenário desafiador, a Suzano segue firme em seu plano de investimentos, com foco em ampliar competitividade, otimizar custos e fortalecer a geração de caixa. De acordo com Marcos Assumpção, vice-presidente executivo de Finanças e RI, a companhia trabalha para “sair desse ciclo de mercado em uma posição ainda mais sólida”.

 

Fonte
Valor Econômico
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