Inflação em alta: preços do pacote de fraldas ultrapassam R$ 100
De acordo com dados do IBGE, a alta acumulada nos últimos 12 meses no preço do produto já chega a 9,57%

Com a inflação cada vez mais em alta no país, pais e mães de bebês estão em alerta, já que itens essenciais como fraldas estão sendo vendidos a preços considerados exorbitantes. Em farmácias do Rio de Janeiro, por exemplo, já é possível encontrar pacotes passando dos R$ 100.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a alta acumulada nos últimos 12 meses no preço do produto já chega a 9,57% – bem próximo da inflação geral, que alcançou 11,89% em junho.
Na Droga Raia, por exemplo, um pacote da marca Pampers com 70 unidades das linhas Premium Care e Confort Sec, chega a custar R$ 105,90 e 87,49, respectivamente. A concorrente Huggies Supreme Care, com 80 fraldas, pode ser adquirida por R$ 94,11. Já a Pom Pom Derma Protek, com 86, sai por R$ 68,59, e a Turma da Mônica Baby, com 80, é vendida a R$ 74,99.
Em outras farmácias, o cenário se repete: na Pacheco, um pacote da Pampers Premium Care com 60 fraldas é vendido por R$ 109,90, e outra, do modelo Pants, com 112 unidades, alcança R$ 168,90. Um pacote da Huggies Supreme Care com 80 unidades sai por R$ 91,69.
PAIS APOSTAM EM PROMOÇÕES E REVEZAMENTO DE MARCAS
Acompanhando a tendência de promoções de alguns supermercados, as drogarias também têm oferecido descontos: a Venâncio e a Pacheco, por exemplo, têm vantagens de até 50% para quem é cadastrado nos programas de fidelidade; enquanto a Droga Raia pôs no ar a “Black Fralda”, em seu site, com preços mais atrativos principalmente na compra de mais de uma unidade.
Muitos pais têm adotado estratégias para tentar driblar a alta dos preços e conseguir comprar a quantidade de fraldas necessárias para seus bebês. A personal trainer Jaíza Moutinho, de 26 anos, gasta cerca de nove fraldas por dia com a pequena Maria Alice, de dois meses. Com os pacotes mais caros, a saída tem sido usar marcas mais baratas durante o dia e deixar as mais caras, de qualidade premium, para o período da noite.
“Tenho conseguido achar algumas promoções mais vantajosas na internet e no supermercado. Não estão tão baratas como em outros anos, mas às vezes sai pela metade do preço das farmácias. No último mês, comprei pela internet porque achei o pacote com 60 unidades por R$ 70. Aí fiz uma compra de uns R$ 200 que deve durar um tempo”, contou, ao IG.
ALTA DOS INSUMOS
Além do cenário inflacionário, a alta dos insumos, especialmente a celulose, assim como de muitos custos de produção, também contribui para o aumento dos preços, conforme explica o economista André Braz, coordenador da pesquisa de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“A composição do preço leva em conta toda a cadeia de industrialização e logística, que subiram bastante nos últimos meses. A energia, por exemplo, ficou mais cara, o que é extremamente importante na fabricação desses produtos, que precisam de máquinas ligadas todo o tempo. O petróleo também subiu, o que impacta no preço das resinas plásticas que também fazem parte desses produtos, e influencia no diesel, que abastece os caminhões”, pontuou o especialista.