Ibema conquista o selo “Aterro Zero”
Desde 2018, a companhia vem se preparando para zerar o envio de resíduos para aterros
A Ibema, fabricante paranaense de papel cartão, se tornou referência na destinação sustentável de resíduos provenientes da linha de produção, com envio zero para aterros desde 2021, conquistando assim o selo “Aterro Zero 100%”.
Uma das líderes na fabricação de papel para embalagens na América Latina, com produção anual de 150 mil toneladas, a companhia vem se preparando para zerar o envio de resíduos para aterros desde 2018. A filial de Embu das Artes, na região da gGande São Paulo, foi a primeira a concluir o processo, em 2019, seguida pela matriz em Turvo, no centro-sul do Paraná, que finalizou o processo em 2021.
O selo atesta que a Ibema encaminha todos os dejetos das duas fábricas para reaproveitamento por ações próprias ou com parceiros e fornecedores no país. Como exportadora para o mercado europeu, a empresa agora busca uma entidade para certificá-la internacionalmente, já que no país ainda não há essa modalidade específica.
“A Ibema faz reciclagem do resíduo de outras empresas. Portanto, não dava para reciclarmos o lixo dos outros e não darmos destinação correta ao nosso próprio resíduo”, diz a gerente de Qualidade, Meio Ambiente e Sistemas de Gestão da Ibema, Andrea Pegorini. “O lixo é um problema na sociedade. Por isso, temos que usar o solo de forma mais inteligente do que depósito de lixo. Se todos fizerem um pouco, dá para reduzir o uso de aterros, que, além de usar o solo, emitem CO2”, aponta a executiva.
“CONHEÇA SEU RESÍDUO”
A mudança na destinação dos resíduos é feita em três frentes: reciclagem, coprocessamento e compostagem. O processo exige levantamento criterioso de quais resíduos a indústria produz e como eles podem ser reutilizados.
“O primeiro passo que qualquer empresa tem que fazer para destinação correta é conhecer bem seu resíduo. Esse mapeamento ajuda a valorizar o dejeto que vai ser reutilizado. E isso parece simples de ser feito, mas não é, porque pode exigir alterações nos métodos e procedimentos de produção, como na embalagem ou na moagem e até na preparação para o reuso”, explica Andrea. “O valor obtido nesse processo não é financeiro. Mas o impacto da marca perante a sociedade é muito grande. Tanto que muitas empresas, inclusive clientes, têm nos procurado desde então para saber como estamos fazendo”, completa.
Um exemplo é o uso de biomassa como combustível para a caldeira da fábrica – cascas de árvore que após utilizadas na produção de papel eram descartadas em aterros e agora são usadas para gerar calor para o mesmo processo.
“A primeira coisa a ser feita no mapeamento é verificar se o resíduo não pode ser reutilizado no próprio lugar em que foi produzido. Se não puder, aí se busca outra destinação, sendo que há resíduos que a empresa vende e resíduos que a empresa paga para destinar”, reforça Andrea.
RECICLAGEM E ECONOMIA CIRCULAR
A Ibema lançou uma alternativa mais ecológica de papel, o Ritagli, que possui material reciclado em metade da composição. Em 30%, é usado o reuso pós-consumo, ou seja, embalagens já usadas pelo consumidor, recolhidas e recicladas. Em outros 20%, são utilizadas as aparas que as fábricas encaminham para serem reutilizadas. O processo de reciclagem da empresa envolve cooperativas e empresas parceiras dentro do conceito de economia circular. Essas embalagens são destinadas às indústrias cosmética e farmacêutica.
“As grandes empresas, cada vez mais, olham a sustentabilidade de forma estratégica. Quem não quer dizer ao seu consumidor que a embalagem do seu produto foi feita com material reciclado proveniente de um processo que fecha o ciclo da logística reversa? Essa mensagem é muito poderosa aos olhos do consumidor, que está cada vez mais consciente”, conclui o gerente de Estratégia e Marketing da Ibema, Diego Gracia.