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Fibria amplia liderança no mercado global de celulose

Em menos de duas semanas, a Fibria, maior produtora mundial de celulose eucalipto, fez dois anúncios bilionários que a consolidarão na liderança isolada do mercado global de fibra curta. No dia 4 deste mês, a companhia revelou um acordo comercial com a Klabin, que inicialmente envolve a comercialização de pelo menos 900 mil toneladas de matéria-prima, com receita estimada pela Moody’s em R$ 1,2 bilhão. Dez dias depois, em 14 de maio, a Fibria deu oficialmente a largada para o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas (MS), um investimento de R$ 7,7 bilhões, diante da aprovação do conselho de administração.

Fibria, em Três Lagoas.
Fibria, em Três Lagoas.

Considerando-se os dois anúncios, a empresa terá, no fim de 2017, quando entra em operação a segunda linha de Três Lagoas (MS), produção equivalente a 7,95 milhões de toneladas por ano de celulose de eucalipto, das quais 7,05 milhões de toneladas em fábricas próprias e 900 mil toneladas produzidas pela Klabin e que serão vendidas pela Fibria.

Com esse porte, a companhia brasileira terá praticamente o dobro do tamanho da segunda colocada no ranking global, a indonésia April, e estará bem à frente da terceira e da quarta colocadas, a chilena CMPC (que acaba de inaugurar a expansão no Rio Grande do Sul) e a brasileira, Suzano Papel e Celulose, respectivamente. Hoje, a Fibria produz 5,3 milhões de toneladas por ano, em fábricas localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP) – além de Três Lagoas (MS) e em Eunápolis, onde está instalada a Veracel, joint venture com a sueco-finlandesa Stora Enso.

Poucos dias antes da reunião do conselho de administração que sacramentou o aval ao projeto, o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, havia garantido que o acordo comercial firmado com a Klabin, não invalidava os planos para a fábrica sul-mato-grossense.

Pelo acordo, a Fibria vai comprar no mínimo 900 mil toneladas anuais de celulose produzida pela Klabin na fábrica que está em construção em Ortigueira (PR) durante quatro anos. Nos dois anos seguintes, as compras deverão corresponder a 75% e 50%, respectivamente, do volume entregue no quarto ano do contrato.

O projeto Horizonte 2, por sua vez, contempla a instalação da segunda linha na unidade, com capacidade de 1,75 milhão de toneladas por ano, elevando a produção na fábrica a 3,05 milhões de toneladas anuais. Com o projeto, a Fibria também ampliará a diferença em relação aos demais produtores no que se refere a custo caixa de produção. Na nova linha, o custo caixa de produção de celulose será o mais baixo da companhia, com R$ 341 por tonelada – ou US$ 158 por tonelada, o mais baixo custo de produção do mundo.

E o projeto de crescimento da Fibria não deve parar por aí. Segundo Castelli, o investimento em Três Lagoas, que corresponde ao primeiro de grande porte desde a constituição da companhia, em 2009, não impedirá a empresa de olhar atentamente oportunidades de consolidação da indústria que surgirem. Há alguns anos, a direção da Fibria tem reiterado que prefere a consolidação ao crescimento desordenado da oferta de celulose no mercado global.

A estratégia, nesse sentido, é adicionar capacidade à medida que a concorrência também o faça – de maneira responsável, frisou o executivo -, com vistas a garantir uma posição de consolidadora em uma eventual rodada de fusão ou aquisição. Neste momento, além do projeto da Fibria, da construção da nova fábrica da Klabin e da inauguração da expansão da CMPC em Guaíba (RS), a Eldorado inicia a construção de uma nova linha em sua unidade, que fica também em Três Lagoas, com capacidade para 2 milhões de toneladas por ano de celulose de eucalipto e operação prevista para 2018. No total, serão 5 milhões de toneladas adicionais até lá.

Valor Econômico

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