Executivos da Suzano falam sobre os impactos do Projeto Cerrado na indústria de tissue
Com o aumento na produção de celulose, a companhia poderá fornecer maiores volumes da matéria-prima para os mercados de papel higiênico e papel toalha
Nos últimos anos, o setor global de tissue tem enfrentado diversos desafios devido à flutuação e aumento nos custos da celulose, no entanto, o mercado atual tem demonstrado alguns sinais de estabilidade.
Com o aumento crescente na demanda por produtos de tissue no mundo, com destaque para a América Latina e Ásia, a celulose também tem ampliado seu papel no mercado global, principalmente no mercado de celulose química branqueada.
“Esse aumento na produção de celulose permitirá à Suzano fornecer maiores volumes de celulose de mercado para os mercados de papel higiênico e papel toalha”, afirmou Leonardo Grimaldi, vice-presidente executivo de Vendas Globais de Celulose, Marketing e Logística.
“Na Suzano, reconhecemos a crescente demanda por todos os tipos de fibras. Para atender a essa demanda crescente e construir nossa posição como fornecedor global de celulose para produtores não integrados de tissue, papel e embalagens, acreditamos que o investimento em nossas operações é essencial. Nosso investimento no Projeto Cerrado, a maior linha de produção de celulose única do mundo, representa uma parte fundamental da nossa estratégia de crescimento e nos dá uma vantagem importante no que são mercados altamente competitivos”, complementou Grimaldi.
Segundo o executivo, a companhia investiu em dois terminais de embarque no Porto de Santos e firmou uma parceria com um grande estaleiro que já construiu 19 novos navios para atender ao aumento da produção da fábrica. “Esse foco em criar e manter uma cadeia de suprimentos altamente eficiente servirá ainda mais para manter os custos baixos e garantir que nossa celulose seja a mais competitiva em termos de custo do mercado”, disse.
Nesse sentido, o foco da Suzano está no desenvolvimento de produtos inovadores a partir de matérias-primas renováveis. “A nova fábrica emprega tecnologia de ponta que nos permite produzir celulose de fibra curta de eucalipto, com propriedades mais próximas às de outros tipos de celulose. Isso permitirá que nossos clientes acelerem suas estratégias de substituição de fibras e, em última análise, melhorem seus resultados financeiros – quando os produtores de tissue aumentam a porcentagem de celulose de fibra curta em seu mix, eles observam uma maior lucratividade, pois a fibra de celulose curta é uma opção mais competitiva em termos de custo em relação à fibra longa”, comentou o executivo.
Grimaldi ainda revelou que a Suzano pretende explorar a produção de tipos de celulose diferenciados específicos na sua nova fábrica, o que fornecendo aos seus clientes fibras aprimoradas capazes de aumentar a resistência de seus produtos de tissue. “Isso inclui nosso produto ‘Eucastrong’, que foi especialmente projetado para fornecer alta resistência à tração e propriedades físicas superiores em comparação às fibras regulares”, adicionou.
Aires Galhardo, vice-presidente executivo de Operações de Celulose, Engenharia e Energia da Suzano, por sua vez, descreveu a transição da companhia para uma economia de baixo carbono em todas as suas operações como sendo impulsionada pela maximização da eficiência energética e da geração de energia renovável. Segundo o executivo, a transição foi responsável por 88% do consumo total de energia da empresa em 2023.
“Investimos significativamente em tecnologias e processos que nos permitem gerar energia a partir de biomassa e ‘Black Liquor’, um subproduto do processo de produção de celulose. Como resultado, muitas de nossas plantas hoje são autossustentáveis, produzindo energia suficiente para atender à sua própria demanda, sem a necessidade de uma fonte de alimentação externa.
Além disso, a empresa também tem realizado investimentos no desenvolvimento de sistemas avançados de controle e sensores rígidos e flexíveis, a serem implementados em estágios críticos do processo de produção da matéria-prima do tissue.
“Essas tecnologias nos permitirão medir a qualidade da madeira, monitorar com precisão os principais indicadores de desempenho durante os estágios de cozimento e deslignificação e conduzir análises digitais contínuas para melhor classificar o produto final. O maior volume de dados fornecido por essas ferramentas e tecnologias aumentará não apenas a ecoeficiência dos processos de produção da Suzano, mas também garantirá maior qualidade, estabilidade e consistência em nossos produtos, em benefício do produtor de papel”, afirmou Galhardo.
Por fim, Galhardo destacou que a Suzano tem aprimorado suas capacidades e expertise em análise do ciclo de vida do eucalipto, ajudando a refinar e aprimorar os estágios de plantio, crescimento e colheita do processo de cultivo de eucalipto, bem como entender mais claramente os impactos de sustentabilidade dos principais processos – não apenas nas operações da companhia, mas em toda a cadeia de valor do tissue.
A entrevista na íntegra, em inglês, está disponível aqui.